Poder de fogo
Únicas opções de área, Alex Santos e Marcel são testados no Couto
Enquanto esperam a contratação de um novo atacante, o flamenguista Deivid ainda é o alvo mais próximo do Alto da Glória, os cerca de 12 mil pagantes que foram ontem ao Couto Pereira puderam ver em campo os dois atacantes de área que o Coritiba tem hoje à disposição.
Alex Santos, prata da casa de 18 anos, começou uma partida como titular pela primeira vez. Marcel, que não jogava desde 1º de julho e tinha condições de atuar pouco mais de 30 minutos, entrou no intervalo. "Nós apostamos no Alex. Sabíamos que era um atleta jovem. Fizemos isso de forma emergencial. No último jogo [o ataque] não foi bom e tínhamos de mudar. Ele [Alex] lutou muito, é característica dele, mas tem situações que precisa aprimorar para ser mais usado", contou o treinador.
Na etapa final, Marcel chegou a ser vaiado após errar um lance, mas ganhou uma trégua da torcida ao participar do lance que gerou o gol salvador. "Ficou de bom tamanho. Os dois foram úteis neste jogo", concluiu Oliveira.
Para vencer o Internacional ontem, por 1 a 0, o Coritiba conseguiu uma façanha: ficou os 90 minutos sem sofrer um gol. Pelo retrospecto defensivo, um feito. Foi somente a quarta vez que o Alviverde saiu invicto de campo em 20 rodadas do Brasileiro.
A redenção da pior retaguarda do Nacional (37 gols sofridos em 20 jogos), porém, não veio sem sofrimento principalmente na metade derradeira do segundo tempo. No final, a sensação nas arquibancadas do Couto Pereira foi de alívio.
"Nós conversamos no vestiário que um gol íamos fazer, era certo. Não podíamos sofrer como tinha ocorrido nos últimos jogos", admitiu Rafinha, justamente o responsável por balançar a rede.
O lance foi casual. Um gol feito involutariamente com o braço a bola foi chutada pelo zagueiro Bolívar, acertou o meia e entrou lentamente.
"Hoje todo mundo voltou para ajudar. No escanteio estava os 10 para evitar o gol, o que é mais importante", comemorou o atleta, feliz com o apito final.
Antes disso, este sentimento de que cada minuto demorava a passar ocorreu graças ao comportamento das duas equipes nos últimos 20 minutos. O Coxa abriu o placar aos 11/2.º. "Foi na raça. O Bolívar estourou, bateu no meu ombro e entrou. Tem dia que não dá para fazer gol bonito", admitiu o camisa 7.
Diante disso, o Internacional começou a colocar atacantes em campo, como o ex-alviverde Marcos Aurélio. Do outro lado, Marcelo Oliveira tirou Lincoln e Chico para a entrada de Gil e Junior Urso. Para piorar, Rafinha e Pereira sentiram dores, o que deixou o jogo ainda mais dramático. Mesmo assim, o treinador garante que não pediu para o time recuar.
"Foi mais uma imposição de um adversário que tirou volantes para colocar atacantes e empurrou o Coritiba para trás", defendeu-se o técnico. "Outra coisa, mesmo inconscientemente, foi a proteção do resultado. Precisamos muito pontuar, mais do que jogar bem", completou Oliveira.
Três pontos que, por sinal, vieram em boa hora, na abertura do returno do Nacional. Apesar de manter-se em 15.º colocado, o Coxa conseguiu abrir seis pontos da zona do rebaixamento.
Isso depois do péssimo desempenho contra o Figueirense, na rodada anterior, e tendo dois jogos perigosos fora de casa na sequência, contra Botafogo (sábado, às 18h30, no Engenhão) e Portuguesa (quarta-feira, às 19h30, no Canindé). Escudero e Chico estão suspensos do próximo duelo.
"Foi uma vitória para dar moral no segundo turno. Quando o Pereira machucou a perna e disse que ia continuar, eu sabia que a gente ia ganhar", garantiu o volante Willian. "Hoje [ontem] não foi uma partida tecnicamente boa, mas na raça, na superação, conseguimos os três pontos", comemorou o lateral Ayrton.
O jogo
No primeiro tempo o Coxa teve mais chances de marcar e o Inter levou perigo com Forlán e Damião. Na etapa final, o zagueiro Bolívar chutou e a bola explodiu no braço de Rafinha, indo para o fundo da rede gaúcha. Nos últimos 20 minutos, o Alviverde foi pressionado, mas garantiu a vitória sofrida.
Coritiba 1 x 0 Internacional