A dura dividida entre Santos e Gil levou a duas expulsões e mudou o ritmo do clássico| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

O jogo

Começou truncado, mas o Coritiba fez os dois gols em sequência, com Pereira e Deivid. Este e Léo, do Atlético, foram expulsos no final do primeiro tempo, mudando a partida. O Coxa controlou a posse de bola e o Rubro-Negro esperava os contra-ataques. Em um deles, Taiberson descontou.

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Um vencedor comemorando de forma contida. Um perdedor orgulhoso da sua atuação. O Atletiba 353 despertou um conflito de sentimentos entre torcedores de Coritiba e Atlético. Não pelo placar de 2 a 1, que permite ao Coxa ser campeão do turno com um empate, domingo (3), em Londrina, e mantém o Furacão na segunda metade da tabela. Mas pela atuação das duas equipes, totalmente contrária à expectativa criada ao longo da semana.

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Os 20 mil coxas presentes no Couto Pereira esperavam uma goleada sobre o sub-23 rubro-negro. Tiveram a sensação de que a expectativa seria correspondida por breves sete minutos, tempo entre o primeiro gol, marcado por Pereira, e a expulsão de Deivid, pouco depois de o centroavante ter marcado o segundo. A decepção foi manifestada com vaias em alguns momentos do segundo tempo, quando o time trocava passes na defesa sem conseguir encontrar um caminho para furar o bloqueio defensivo do rival, composto por duas linhas de quatro jogadores muito próximas.

A eficiência defensiva foi o grande mérito rubro-negro. No primeiro tempo, com Renan Foguinho atuando como terceiro zagueiro, o time conseguiu manter o Coritiba longe da sua área e criou uma situação inimaginável antes do clássico: o jovem Atlético trocava passes pacientemente, enquanto o experiente Coritiba parecia sentir a bola queimando em seus pés.

Foi exatamente no momento em que avançou Foguinho para o meio que o Furacão sofreu os dois gols. Alguns atleticanos chegaram a deixar o estádio, enquanto os alviverdes, extasiados, gritaram até "Petraglia!". A euforia se desfez quando Deivid foi expulso junto com o lateral atleticano Léo, em um desentendimento após uma dividida dura entre o lateral Gil e o goleiro Santos.

"Na semana que vem, a gente tem uma final contra o Londrina, eles [Atlético] cumprem tabela. Não podemos perder a cabeça", criticou Rafinha no intervalo.

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A declaração de Rafinha antecipou o que seria uma rotina incomum para um time que vence o seu maior rival. O Coritiba deu tantas explicações que, por alguns momentos, parecia ter perdido. "É um clássico, do outro lado tem jogadores com histórico de titularidade. Se tivesse falando de outro resultado, aí sim. Não é um campeonato Atlético e Coritiba, é o Campeonato Paranaense, que estamos valorizando desde o início. Estão nos transferindo uma responsabilidade que não é nossa", reclamou o técnico Marquinhos Santos.

Pereira foi mais realista. Admitiu – e criticou – a queda de rendimento na segunda etapa. "É normal tirar o pé, mas não pode acontecer. Se toma o gol antes, vira uma correria, uma fumaça", disse o zagueiro.

Correria simbolizada por Taiberson. O atacante entrou aos 16 do segundo tempo para explorar o deslocamento de Chico para a lateral-esquerda. A mudança forçou o Coritiba a retomar a linha de três zagueiros e levou Taiberson a vagar sozinho pelo ataque rubro-negro. Com essa liberdade, obrigou Vanderlei a fazer sua única defesa, fez o gol atleticano e definiu o placar de um Atletiba em que o ânimo das torcidas foi na contramão do resultado.