Um dos primeiros réus da sindicância aberta no Coritiba para apurar o chamado “escândalo do WhatsApp” e a doação de R$ 200 mil para a campanha de Ricardo Gomyde à Federação Paranaense de Futebol faltou a duas convocações para efetuar sua defesa. O nome do convocado não foi revelado, mas a tolerância da comissão formada para investigar e recomendar punição ao caso já terminou.
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Segundo o conselheiro nato Júlio Militão, ex-presidente do conselho deliberativo e responsável pela sindicância, o grupo está atento a possíveis manobras para dificultar o andamento do processo. “Temos um limite. Se os pedidos forem contínuos, mais de dois, poderemos apenas passar o prazo para que se apresente uma defesa por escrito”, disse, sem descartar medidas mais drásticas. “Há limite no protelamento. Ele pode ser julgado à revelia”, disparou.
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A comissão é formada ainda pelos também conselheiros natos Jorge Wachelke e Elias Féder, além do conselheiro eleito Marlus Arns. O ex-presidente e também conselheiro nato Cleverson Marinho Teixeira foi indicado na última reunião, mas acabou sendo substituído pelo vitalício Rui Valente.
O presidente do Coritiba, Rogério Bacellar, foi o único ouvido no processo. A intenção da comissão é encerrar os trabalhos ainda em outubro, na última segunda-feira (26) do mês, mas as ausências dos réus em determinadas convocações podem dificultar o cumprimento do prazo. “Todos serão chamados a depor e apresentar suas defesas. O interesse da comissão é agilizar a conclusão, sem, contudo, atropelar as coisas”, explicou Militão.
O “caso WhatsApp” e a investigação sobre a doação de R$ 200 mil do clube para a campanha fracassada de Ricardo Gomyde às eleições da Federação Paranaense caminham juntas, mas não estão atreladas. As conclusões de ambos os casos, no entanto, devem ser apresentadas juntas. O parecer da comissão irá para a mesa do conselho deliberativo alviverde.
O presidente Pierpaolo Petruzziello e a mesa analisam as recomendações da comissão e encaminham o documento para o Conselho Consultivo, formado pelos ex-presidentes do clube. Em seguida, ele volta para o Deliberativo, que tomara as providências. “Dependendo do tipo de punição que a comissão sugerir, que pode ser até a cassação, a decisão final pode ser tomada pelos sócios em uma assembleia”, disse Militão.
Segundo ele, os mesmos que votaram daqueles acusados que possuem cargos eletivos, devem decidir sobre seus futuros. “Tem que ser tudo bem feito, pois são os interesses de um grande clube, de uma associação centenária e uma nação de torcedores. Estamos fazendo tudo com muito capricho”, garantiu.
Os nomes dos réus não foram revelados pelo presidente da comissão.
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Os vices e membros do G5 André Macias e Pierre Boulos, o vice do Conselho Deliberativo, Carlos Eduardo Vianna Santos, o diretor institucional Arthur Klas Neto, Marcelo Molinari, membro da mesa do Deliberativo, além dos funcionários Adriano Rattman (coordenador de comunicação), Christian Gaziri (diretor de patrimônio e conselheiro vitalício), e Bruno Kafka (assessor administrativo), faziam parte do grupo Indomáveis F.C no WhatsApp.