Restando quatro rodadas para o término do Brasileirão, Joinville, Vasco, Coritiba, Goiás, Avaí e Figueirense lutam para escapar da faixa vermelha na tabela. São seis times e quatro vão cair à Série B. A batalha recomeça na quarta-feira – logo com o confronto direto entre goianos e paranaenses.
A Gazeta do Povo analisa como cada um dos ameaçados entra no momento derradeiro de competição. Tem apoio da torcida? Pode contar com uma liderança em campo? Os salários estão em dia? A tabela ajuda? Pode confiar no treinador?
Apoio da torcida
Se o Joinville tivesse jogado todo o campeonato como nas últimas 11 partidas em casa, estaria bem perto de se livrar. É o período que não perde na Arena Joinville ao lado da torcida. Mantendo essa média até o fim, contra Vasco e Grêmio, tem esperanças de não cair.
Mesmo com a pior campanha como mandante, tem 12.746 pagantes de média em casa e deve contar com o apoio nas arquibancadas na reta final. Ainda mais depois da recuperação do segundo turno, o melhor entre as equipes que brigam contra a queda.
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Leia a matéria completaEntre os times que brigam para não cair, tem a maior média de público: 14.217 pagantes. Pode ser uma força, mas também pode jogar contra. A torcida tem mais protestado do que apoiado, com direito a duas tentativas de invasão do vestiário coxa-branca.
Se escapar, não vai ser por causa da torcida. Com apenas 5.833 pagantes, tem a pior média de público do Brasileiro, o que fica ainda mais visível diante da capacidade de 60 mil torcedores do Serra Dourada. Mesmo assim, é o 15º melhor mandante até agora.
O desempenho do Leão da Ilha na Ressacada não tem sido satisfatório nesse ano, tanto em público como em resultados. A média é de 8.596 pagantes, a quarta pior. Com 45% de aproveitamentoem Floripa, é o terceiro pior mandante, atrás apenas de Coxa e Vasco.
A torcida não vai ser o que vai salvar o time. Tem 8.209 pagantes em média no Orlando Scarpelli, a terceira pior da competição. Além disso, a equipe alvinegra tem o quarto pior desempenho como mandante, mostrando que o fraco desempenho na arquibancada reflete no campo.
Líder em campo
Não possui um grande líder em campo. O mais perto disso é Marcelinho Paraíba, mas que não é tão prestigiado assim no Joinville, sendo substituído com frequência. Além disso, já provou no Coritiba em 2009 que não tem uma liderança tão positiva assim.
Após a chegada do atacante Nenê, 34 anos, o Vasco encontrou um artilheiro e um líder em campo na busca da salvação. Em 16 partidas, o jogador já fez sete gols e três assistências, sendo fundamental para o time ainda ter esperanças de se salvar.
A liderança alviverde está no gol. Com a experiência de já ter passado por essa situação em outros clubes, como o Vitória, está em Wilson a expectativa de orientação para os mais jovens no momento difícil. Também tem sido um dos melhores em campo.
Também não tem um nome de destaque na liderança da equipe. O melhor jogador, Erik, revelação da Série A em 2014, tem apenas 21 anos. A experiência e o renome estão com Zé Love, que também nunca demonstrou grande liderança dentro de campo.
O Avaí tinha um líder, o meia Marquinhos. Identificado com a torcida e o clube, era a aposta para orientar o time e nas cobranças de falta. Porém, com uma lesão no joelho, não joga mais essa temporada. Sobrou André Lima, que não tem vaga cativa como titular.
Após passagens apagadas nos últimos clubes, o meia Carlos Alberto tem sido fundamental para o Figueirense nesse ano. Líder dentro e fora de campo, ainda é o cérebro do meio de campo da equipe catarinense. Resta saber se não vai perder a cabeça nessa reta final de Série A.
Salários
Não há notícias de atrasos no JEC. Resultado de uma administração que não gasta mais do que pode e até por isso tem tido um desempenho ruim no campeonato. Mas pelo menos pode ter a certeza que os jogadores estarão focados apenas dentro de campo.
Já sofreu com atrasos neste ano. Em outubro, os atletas estavam há um mês sem receber e os funcionários há dois meses, que já chegou a ser três, em um clube com histórico desse problema. Ponto negativo para a gestão comandada por Eurico Miranda.
Tem sido um problema, apesar das negativas da diretoria. Nos últimos meses, alguns jogadores, como o meia Ruy e o atacante Keirrison, admitiram atrasos. O último chegou a se recusar entrar em campo por causa disso. Um problema que ainda pode atrapalhar.
Diferente dos rivais Vila Nova e Atlético-GO, o Goiás tem conseguido manter salários e premiações em dia. O feito, que devia ser obrigação para qualquer clube, inclusive tem sido usado pela diretoria para cobrar um desempenho melhor dos atletas dentro de campo.
Em julho e outubro, o clube virou notícia por causa dos salários atrasados. Apesar da diretoria ter se esforçado para quitar os débitos, o problema permanece. Recentemente, a esposa do presidente Nilton Machado chamou o clube de “falido” pelo Facebook.
Como tantos outros clubes no país, o clube já sofreu com notícias de atrasos no passado. Até o ídolo Fernandes entrou na justiça em 2014 para buscar os seus direitos. Mas nessa temporada, pelo menos até agora, nada está atrasado. Ponto positivo na luta contra o rebaixamento.
Tabela
A sequência começa com dois confrontos diretos. Primeiro, o clássico, fora, contra o Avaí. Depois enfrenta o Vasco em casa, o Cruzeiro provavelmente só cumprindo tabela, fora, e encerra em casa contra o Grêmio, provavelmente já com vaga na Libertadores.
A sequência de jogos é complicada. Primeiro pega o Corinthians, em casa, que pode ser campeão. Depois enfrenta fora um desesperado Joinville. Volta para o Rio para pegar o Santos focado na Copa do Brasil, o que facilita. Encerra fora com o também desesperado Coxa.
A Copa do Brasil deixou a tabela do Coxa mais favorável. Tem um confronto direto difícil com o Goiás fora, mas depois enfrenta Santos (casa) e Palmeiras (fora), ambos focados no torneio mata-mata. Na última rodada, tem o confronto direto com o Vasco, em casa.
Tem o confronto direto com o Coxa em casa. Depois pega o Atlético-MG fora, provavelmente desmotivado por não poder ser campeão. Na sequência, a Chapecoense (fora) cumprindo tabela. O último jogo, o mais difícil, em casa, com o São Paulo na luta pelo G4.
Não pode reclamar dos jogos. Um clássico com o Joinville em casa. Depois Fluminense (fora) cumprindo tabela. O jogo contra a Ponte Preta (casa) brigando por uma vaga no G4, tem chance de ser difícil. Mas o final, fora, deve ser contra o Corinthians já campeão .
O Figueira tem os jogos mais difíceis fora, contra Ponte Preta e São Paulo, equipes que brigam por uma vaga na Libertadores. Em casa, enfrenta Chapecoense e Fluminense, times do meio da tabela. No final das contas, sequência é mais difícil do que fácil por ter um clássico no meio.
Técnico
PC Gusmão chegou na metade de julho, beijou a camisa e recuperou a força da equipe dentro de casa. Está há 11 rodadas invicto no seus domínios. O desempenho geral ainda é ruim, mas melhor do que os antecessores Adilson Batista e Hemerson Maria.
Jorginho está em alta no Vasco. Um dos responsáveis pela reação do clube no segundo turno, ganhou o elenco e transformou-se em um dos pilares para a salvação dos vascaínos. É um ponto positivo nesse time, bem diferente do antecessor Celso Roth.
Após saídas de Marquinhos Santos e Ney Franco, a missão de escapar ficou com o técnico interino Pachequinho. Apesar da boa influência sobre o time demonstrada na última rodada, não será responsável por um possível rebaixamento. Saída emergencial.
O Goiás efetivou o preparador físico Danny Sérgio para a reta final após a saída de Julinho Camargo. Hélio dos Anjos e Wagner Lopes também treinaram o clube nesse Brasileiro. Ou seja, muitas filosofias diferentes e dificuldades no comando técnico.
Até semana passada, o Avaí era um dos três times que não tinha trocado de técnico nesse Brasileiro. Os outros dois são o líder Corinthians e o vice-líder Atlético-MG. Mas de repente Gilson Kleina foi demitido. Sobrou a bronca para o auxiliar Raul Cabral.
Hudson Coutinho foi mais uma solução caseira, mas que deu resultado após a saída de René Simões. Teve um tempo maior para trabalhar: cerca de dois meses. Após pegar o time na 18.ª colocação, conseguiu tirar o Figueirense da zona de rebaixamento. Vale a aposta nos últimos jogos.
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