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Torcedores do Coritiba vão ao aeroporto para dar bronca nos jogadores, que escaparam saindo direto da pista para o ônibus: sobrou para o presidente do clube, Vilson Ribeiro de Andrade, ouvir as reclamações | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Torcedores do Coritiba vão ao aeroporto para dar bronca nos jogadores, que escaparam saindo direto da pista para o ônibus: sobrou para o presidente do clube, Vilson Ribeiro de Andrade, ouvir as reclamações| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Entrevista

Politicamente correto, Marcelo Oliveira evita críticas na despedida

Marcelo Oliveira, terceiro treinador que mais comandou o Coritiba na história, com 131 jogos, lamentou ontem em sua entrevista de despedida, após a demissão anunciada pela manhã, as mudanças do elenco e os constantes desfalques.

Leia entrevista completa.

A missão de comandar o Coritiba na luta contra o rebaixamento foi passada ontem a Marquinhos Santos. Aos 33 anos, o substituto do demitido Marcelo Oliveira é o treinador mais jovem de uma equipe das Séries A e B do Nacional. Tendo o ex-meia Tcheco como auxiliar, o novo integrante da comissão alviverde estreia amanhã, contra o Flamengo, às 18h30. Uma grande responsabilidade para quem fará a sua primeira partida como comandante efetivado de um clube profissional (em 2010, quando Ney Franco era o treinador, Santos comandou a equipe principal na última partida do Paranaense).

Marquinhos Santos tem uma carreira de destaque nas categorias de base. Depois de bons trabalhos com os garotos de Atlético e Coritiba, ele assumiu as seleções sub-17 e sub-15, onde estava até receber o convite para voltar ao Alto da Glória. Segundo o presidente coxa-branca, Vilson Ribeiro de Andrade, a passagem vitoriosa do técnico pelo CT da Graciosa, entre 2009 e março de 2012, foi fundamental para sua escolha. Pelo Coxa, venceu o Estadual sub-20, a Taça BH e ficou em terceiro lugar no Brasileiro da mesma faixa etária.

"Mesmo sendo jovem, ele tem experiência no Coritiba, conhece toda a estrutura do clube. Não poderíamos trazer um treinador que em três meses não conseguisse organizar nada. Até conhecer o plantel, já teria acabado o campeonato", justificou Andrade, ontem, no desembarque do time no Aeroporto Afonso Pena. No local, pouco mais de uma dúzia de torcedores esperava para dar uma bronca nos jogadores após a 12.ª derrota no Brasileiro – para a Portuguesa (3 a 0), na noite anterior. Os atletas escaparam do encontro caloroso indo direto da pista para o ônibus. "Eles [jogadores] já estão com as orelhas ardendo", garantiu o dirigente ao grupo.

De um lado, cobrança e pressão sobre o elenco por uma reação no torneio; do outro, palavras amigáveis e otimismo destinados ao novo líder da equipe. Mesmo inexperiente em se tratando de times principais, Marquinhos Santos – filho de seu Pedro, funcionário do clube no Couto Pereira – ganhou um voto de confiança. "Se fôssemos pensar assim, tem treinadores que treinam o profissional há mais de 40 anos e não ficam três meses em um clube. Isso é relativo", argumentou Andrade.

Em entrevista ao site oficial do clube, Marquinhos Santos destacou como positivo o fato de trabalhar com atletas que têm praticamente a sua idade. "É muito gratificante com pouca idade estar assumindo um grupo tão qualificado, tendo jogadores já com uma vivência, com uma história no futebol, como o Deivid, o Pereira, o Lincoln e o Emerson", afirmou.

Se um chega com a expectativa de recuperar o time, hoje na 16.ª colocação no Brasileiro, e crescer profissionalmente, outro sai tendo deixado seu nome na história do clube. Oliveira foi o terceiro técnico que mais comandou o Coritiba (131 jogos), atrás apenas de Félix Magno (201) e Dirceu Krüger (185). Além disso, foi o primeiro a levar a equipe a uma final da Copa do Brasil (2011 e 2012) e ainda conquistou o tricampeonato paranaense, repetindo feito que não ocorria há 39 anos.

Por outro lado, a queda após uma derrota para a Portuguesa, exatamente como tinha ocorrido quando dirigia o Paraná, em 2010, transformou o objetivo de Oliveira de classificar o time para a Libertadores virar um eterno quase. No fim, restou ao treinador se despedir em um hotel da cidade (leia mais nesta página) e abrir caminho para o sucessor. Com uma diferença: Marquinhos Santos já terá o principal reforço do ano, o atacante Deivid, à disposição.

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