Vilson Ribeiro de Andrade rebateu afirmações de Mario Celso Petraglia| Foto: Daniel Caron / Gazeta do Povo

O senhor leu a carta do Petraglia?

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Vilson: O dia em que eu ler carta do Petraglia pode me internar. Eu estarei indo consultar o psiquiatra.

Mas ele acusou o senhor de traidor?

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Mas trair o Petraglia melhora o meu currículo. Vou ser levado nos braços pelo povo de Peabiru.

Então você traiu mesmo?

Eu nunca traí ninguém. Eu tenho convicções na minha vida e [neste assunto] é o pensamento da torcida do Coritiba. Aliás, da torcida do Atlético também. Se procurar as pesquisas, 90% dos atleticanos são contra jogar no Couto Pereira. O Petraglia quer o Couto porque é uma obsessão pessoal para tentar dizer que quem manda no futebol do Paraná é ele.

Mas foi feito um acordo dizendo que você cederia o Couto Pereira?

Nunca.

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Ele diz que foi acertado valores inclusive...

Não. Ele me procurou duas vezes. Na primeira eu soube que a Federação estava requisitando o estádio no Paranaense e as conversas pararam por aí. Depois ele veio com relação à CBF. Eu disse a ele que isso é uma matéria exclusiva do Conselho Deliberativo, porque pelo estatuto eu não tenho poder nisso. Mas que se ele fizesse uma proposta razoável o Coritiba levaria ao Conselho. Mas ele nunca fez esta proposta. E depois, não só ele não fez, como o Hélio Cury, acompanhado do Domingos Moro, estiveram na CBF solicitando que ela interferisse. E eu evidentemente recebi uma ligação do doutor Virgílio [Elíso, diretor de competições] dizendo que o Atlético estaria pedindo pelo menos de cinco a seis partidas. Eu fiz um arrazoado [defesa], mandei à CBF e disse as razões porque o Coritiba não podia ceder o estádio. Eu estava em recuperação, mas a CBF deve ter negado o estádio.

Como foi a decisão final?

Eu levei ao conselho, que negou, e eu comuniquei ao Petraglia através de uma mensagem dizendo da decisão. Aí ele fez um e-mail desaforado para mim, mas eu não entro nessa neura. O resumo dos fatos é isso. Tudo o que ele coloca depois é balela.

O que ele defende é que deixou de agir politicamente para conseguir o Couto porque o presidente do Coritiba garantiu o estádio.

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Não. Isso nunca foi tratado. O que eu disse a ele, na minha casa, é que eu precisaria da aprovação do conselho porque, por força estatutária, é quem define esta situação. Isso ficou muito claro para ele. Agora ele inverteu e por quê? Porque possivelmente ele recebeu um não da CBF também.

Ele diz que o Vilson confirmou o acordo e ratificou o pactuado.

Ele está mentindo. Esta parte ele omitiu. Na realidade o que nós decidimos naquele dia era fazer uma reunião com as duas áreas para que elas analisassem as propostas e fossem enviadas ao Deliberativo. Somente com a manifestação do Conselho seria marcada uma reunião na CBF. Esta é a verdade.

Ele até diz na carta que o senhor não teve coragem de ligar para ele e que teria escondido o fato da necessidade de aprovação do conselho.

Ele mente copiosamente porque a afirmação é que eu teria que levar ao conselho. A mensagem que eu mandei para ele foi para registrar o fato. Eu não sou covarde que falo por telefone. Eu registro o fato. Agora eu vou defender os interesses do Coritiba, da sua torcida, até o fim e ele sabe disso.

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Mas você pretende processar ele por te acusar de traidor?

Não. Mas se ele acha que eu sou traidor dele, eu me sinto honrado. Porque é a primeira vez que talvez algum dirigente traiu ele, pelo que ele conta. Eu não me sinto nem um pouco afetado por isso. Eu tenho 63 anos e pega a minha ficha corrida. Eu desafio qualquer jornal a pedir uma certidão minha e ver se eu tenho alguma ação. Agora pega a dele. Eu sempre pautei meus atos pela ética, pelo respeito. Ninguém chega a CEO na maior multinacional do mundo se trai as pessoas.

Falta de ética é inclusive um dos argumentos dele...

Eu estou muito feliz com isso porque consegui tirar ele do sério, coisa que eu nunca imaginei na minha vida que faria. Mas não foi intencionalmente. Aliás, eu não desejo mal nenhum a ninguém, muito menos para ele. Eu quero que ele seja feliz, que termine o estádio, que construa o sonho dos atleticanos e nós vamos tentar construir os nossos. Eu acho que este tipo de notícia tem o fim específico de desestabilizar o Coritiba na quarta-feira [quando enfrenta o Vitória, pela Copa do Brasil].