A demissão de Marquinhos Santos e Felipe Ximenes teve efeito prático nulo. Em uma das suas piores exibições na temporada, o Coritiba foi derrotado por 3 a 0 pelo lanterna Náutico, ontem, em São Lourenço da Mata, e viu o risco de rebaixamento tornar-se mais real. Em 13.º, com 31 pontos, o Coxa pode terminar a rodada três posições e quatro pontos acima da faixa de descenso. Cenário que se desenharia com uma vitória da Portuguesa sobre o Corinthians e triunfo de Vasco (contra Bahia) ou Criciúma (enfrenta o Flamengo), respectivamente.
"Se jogar assim até o fim do campeonato, termina o ano rebaixado", atestou o presidente Vilson Ribeiro de Andrade. "Temos de continuar, juntar os cacos. O time está em cacos", definiu o capitão Alex.
Caio Júnior não será o responsável por juntar esses cacos. Favorito para substituir Marquinhos, ele foi descartado pelo presidente. O treinador flexibilizou a vontade de levar sua equipe de trabalho o auxiliar Almir Domingues e o preparador físico Sullivan DallaValle teriam de ser pagos pelo clube, enquanto os vencimentos dos outros dois assistentes ficariam a cargo do próprio técnico , mas não o suficiente para agradar ao Coritiba.
"O Caio está fora. Foi sempre o meu primeiro treinador, mas ele quer trabalhar com a comissão dele. Respeito, mas não posso abrir mão de alguns conceitos que tenho desde o primeiro dia no clube", afirmou Andrade, antes mesmo de comunicar a decisão ao treinador.
Também não haverá reforços. O prazo para inscrições termina na sexta-feira, mas o dirigente diz que o clube não tem dinheiro para contratações. Os reforços virão do departamento médico, de onde saem Leandro Almeida e Júnior Urso já para o jogo de quarta-feira, contra o Flamengo, um confronto direto contra o rebaixamento. Deivid também deve voltar em breve.
Para o banco de reservas, a busca deve recomeçar do zero. Caio, Celso Roth e Adilson Batista foram descartados. Embora tenha demonstrado arrependimento por mandar Marquinhos embora, Vilson não cogita procurar o antigo treinador.
Por enquanto, o comando segue com Marcelo Serrano. Em uma extensão do rendimento apático do time em campo, o interino mal soube explicar os erros que levaram à derrota para um time que não vencia há 14 rodadas.
"Vou analisar a partida novamente, ver individualmente o trabalho que cada um dos atletas fez e se há a necessidade de um choque", avaliou, um passo atrás de Alex. "Alguma coisa tem de ser feita. Qualquer coisa que a gente venha a falar, só serve como desculpa. É hora de uma remontagem para um tiro final", disse o camisa 10.