Modismo dos trintões não chega ao país
Marquinhos Santos faz parte de um grupo cada vez mais presente no mundo do futebol, menos no Brasil: o de jovens treinadores. Ele assumiu o Coritiba aos 33 anos, o primeiro trabalho dele como técnico de um time profissional.
Na Série A do Brasileiro, somente o treinador alviverde está na faixa dos 30. Na Segunda Divisão, o técnico do Paraná, Dado Cavalcanti, representa a nova geração: ele tem 31 anos.
Se no país é raridade, fora é uma tendência. Na atualidade, o caso mais expressivo, é de André Villas-Boas, do inglês Tottenham. Com apenas 32 anos tornou-se comandante do Porto, de Portugal, antes de ser alavancado à Premier League para treinar o Chelsea hoje está com 35.
Pep Guardiola, técnico do Bayern de Munique, também se projetou jovem ao assumir o Barcelona com apenas 36 anos, em 2007. A idade não foi problema, tanto que conquistou 14 títulos em apenas quatro temporadas.
O técnico Marquinhos Santos orienta o Coritiba contra o São Paulo neste domingo (8), às 16 horas, no Couto Pereira, sob uma pressão que ainda não havia encarado até aqui.
INFOGRÁFICO: Veja como foi o primeiro ano do Marquinhos Santos no comando do Coritiba
Uma situação um pouco mais leve da que encontrou quando estreou no Coritiba há exato um ano, ao pegar a equipe grudada à zona de rebaixamento, na 23.ª rodada do Brasileirão. Na ocasião, bateu o Flamengo por 3 a 0 e iniciou a caminhada para a permanência na Primeira Divisão.
Hoje, o motivo da turbulência é outro: a queda de rendimento do time, que chegou a liderar o Brasileirão e entrou nesta rodada do primeiro turno podendo ser jogado para a metade de baixo da tabela, já que não vence há seis rodadas.
Depois de 365 dias à frente do Alviverde o primeiro trabalho dele no comando de uma equipe profissional , Santos vive o momento mais delicado. Nem mesmo a eliminação precoce na Copa do Brasil para o Nacional-AM levou tanta tensão à comissão técnica coxa-branca.
Desde que chegou, sempre precisou provar que tinha voz de comando, em virtude da idade tinha 33 anos quando assumiu. No duelo desta tarde, carrega à beira do gramado a sensação de que precisa novamente mostrar à torcida que tem o vestiário nas mãos. E mais: é capaz de sair da adversidade.
Para a diretoria, ele segue com credibilidade. O presidente Vilson Ribeiro de Andrade bateu no peito e afirmou que o técnico não corre o risco de perder o emprego. Pelo menos por enquanto. A não ser que as duas partes acreditem que seja a melhor decisão. Ou seja, está nas mãos de Marquinhos o próprio futuro.
No primeiro aniversário alviverde, o comandante coxa-branca tem um currículo razoável para usar como argumento. Em 62 partidas, conquistou 58,6% dos pontos disputados. Foram 15 derrotas e 31 vitórias, um saldo positivo na balança de 39 gols.
A reportagem tentou entrar em contato com Marquinhos Santos, que estava avisado do pedido de entrevista, mas ele não atendeu às ligações.
À RPC TV, disse: "Nunca fui covarde a ponto de largar no meio do caminho qualquer situação. No Coritiba não é diferente. O trabalho continua forte. Vamos trabalhar firme para que a vitória venha e darmos sequência ao que pensamos".
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