Ernesto Pedroso, consultor informal da gestão Bacellar.| Foto: Josue Teixeira/Gazeta do Povo

Ernesto Pedroso deixou o Coritiba (com renúncia) oficialmente após a decisão do Estadual de 2015, quando o time foi derrotado pelo Operário, desgastado pelo relacionamento interno com parte da diretoria após o vazamento de conversas entre conselheiros coxas-brancas que o criticavam.

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O nominado “Escândalo do WhatsApp ” foi um terremoto no Coxa e custou uma temporada de dificuldades. Porém, já no sufoco do Brasileirão de 2016, Pedroso foi decisivo para a manutenção do Alviverde na Série A, procurado pelo presidente Rogério Bacellar para trazer o técnico Paulo César Carpegiani. E para 2017, já mostra que seguirá influente: foi decisivo para segurar o treinador, que manifestou desejo de sair e mudou de ideia após uma longa conversa.

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“Eu indiquei o Carpegiani, ele fez um ótimo trabalho. Para o Coritiba foi uma boa, eu ajudei, todos gostaram”, conta.

Paulo César Carpegiani declarou em entrevista o desejo de sair do Coxa, muito mais por conta do calendário. Pedroso, amigo do treinador, foi decisivo na permanência e ainda teve de apagar um incêndio entre o técnico e o diretor de futebol Alex Brasil.

Após a manifestação de Carpegiani, Brasil procurou outros técnicos no mercado, entre eles Vagner Mancini, hoje na Chapecoense. O técnico não gostou e entrou em choque com o diretor. Pedroso então agiu. “Eu não posso ser omisso quando as coisas não andam direito. O Coritiba fez uma revolução administrativa, no departamento médico... mas estava mal no futebol.”

Nos bastidores do Alto da Glória, há uma cisão quanto à permanência de Alex Brasil para 2017. Diretores se dividem entre os que reconhecem um bom trabalho após pegar um grupo em andamento, com gestão de elenco satisfatória, e outros que manifestaram descontentamento com Brasil pelo negócio envolvendo Raphael Veiga, cujo contrato encerrando de afogadilho não trouxe ao Coxa os dividendos esperados na ida para o Palmeiras.

De novo, Ernesto Pedroso surge no cenário: alguns querem que ele volta para o cargo de vice-presidente de futebol, hoje vago – ou extinto. “Eu não sei se tenho estômago pra isso. [Prefiro ficar] Sem cargo. Não tem razão de ser, se o Alex Brasil estiver trabalhando bem. É questão de acertar as posições, repaginar o elenco.” Brasil não participou da montagem do time de 2016.

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A conversa com Carpegiani se deu há 15 dias. Nessa segunda (12), as bases salariais foram acertadas. “Eu pedi pra ele continuar. Ele topou”, disse, com uma observação: “Ele queria a minha companhia. Veio sem contratar ninguém, jogou com o que tinha, colocou até o Juninho na lateral... Eu disse a ele: ‘Posso ficar junto, meu apoio você vai ter sempre’”.

Rogério Bacellar, o presidente, é um entusiasta dessa relação entre Pedroso e Carpegiani. “O Carpegiani é muito correto. Muito íntegro, não indica jogador, não interfere em negociação”, atesta o dirigente.

Pedroso ainda confirmou o interesse do Coxa em Belletti para ajudar no futebol do clube , mas até segunda ordem, para um cargo institucional. “Beletti ficou de fazer a proposta para ser o nosso representante internacional, ele faria parcerias com grandes clubes da Europa, é um representante do Barcelona no Mundo. Ele encurta a distância. Pra que outro clube, pra fazer trampolim do Coritiba? Tem que fazer venda direta, somos time formador”, contou Pedroso.

Parte da postura “extraoficial” vem das mágoas após o episódio do WhatsApp. “Foi um desgaste muito grande aquela história. O conselho não referendou a maldade que foi feita, eu merecia um certo respeito. Fiz um inquérito policial, pedi retratação. Os caras continuam dentro do clube, são inimigos que não conhecem minha capacidade física ou técnica. Você pensa assim, para que voltar?”.