De símbolo da torcida do Coritiba a representação viva da frase “o futebol é mais do que um jogo”: esta foi a mudança de status conquistada este ano pelo torcedor coxa-branca Jairton da Rocha.
Aos 49 anos, o aposentado sofre de atrofia muscular nos membros inferiores. Condição que, desde os 12 anos de idade, o impossibilita de andar. Mesmo assim, sempre que pode, Jairton se desloca da casa onde mora, em Guaratuba, para prestigiar o Coxa no Couto Pereira.
No estádio, ele assiste às partidas em uma maca. A imagem é reproduzida com frequência nas redes sociais para exaltar a paixão pelo futebol. Exemplos de superação e amor ao clube que o fizeram ganhar fama entre a torcida alviverde.
Agora, justamente graças à divulgação de suas imagens na internet, o torcedor ampliou a notoriedade. Ele passou a representar a ideia de que, pela força que possui, o futebol é capaz de extrapolar sua natureza desportiva e deixar ensinamentos que se aplicam a outros âmbitos da vida humana.
“Se o Coritiba não existisse, eu o inventaria”, declara Jairton, cuja mais recente aparição no Couto aconteceu justamente na vitória por 2 a 0 sobre o Atlético Mineiro, no último domingo (6). Contra os mineiros, ele carregou consigo uma mensagem para o clube do coração: “Coxa, te apoiarei não importam as circunstâncias”, sustentou em um cartaz.
A imagem foi postada em uma página, que já tem mais de 2.700 curtidas, criada no Facebook para homenagear o torcedor. Nela, outras páginas da rede social ligadas ao futebol compartilham imagens de Jairton no Couto Pereira com os dizeres: “e ainda dizem que o futebol é só um jogo”.
Até mesmos em grupos fora do país a presença do alviverde símbolo já ganhou admiração.
O torcedor apenas lamenta que, novamente, o Coxa esteja lutando na parte inferior da tabela na Série A. Mas nada que gere desânimo. “Só de ver o Coritiba em campo, me alegra. Não sou torcedor de resultado. Quem ama o clube, ama em qualquer momento”, assegura.
Para vir do litoral à capital, Jairton depende da carona de amigos. Ele espera poder acompanhar pelo menos uma das duas últimas partidas da equipe em casa no Brasileiro: contra o Santa Cruz, no dia 16 de novembro; e contra o Vitória, dia 28.
“Dependo muito de amigos para me levar. Não tenho carro próprio. A vontade é de ir nos dois jogos, mas por causa do deslocamento fica mais difícil”, explica o torcedor, que chegou a ser presenteado com a camisa do zagueiro Juninho na vitória do Coxa sobre a Ponte Preta, em agosto.
“O Coritiba é um clube grande e acredito que temos condições de brigar por coisas melhores ano que vem. Nos últimos anos, a equipe não vem se encaixando. Mas com um elenco bem reforçado no ano que vem, podemos brigar”, confia.
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