No dia em que completa 103 anos, o Operário se tornou assunto para café, almoço e jantar.
Finalista do Paranaense e em vantagem na decisão com o Coritiba, já que venceu o jogo de ida por 2 a 0, o Fantasma pode conquistar neste domingo o inédito título estadual.
A frase dita pelo barbeiro Benedicto de Godoy, 74 anos, retrata com precisão como foi a rotina de Ponta Grossa nesta semana. “O Operário é a alegria do povo ponta-grossense”, vibra.
Seja nas cadeiras do salão que mantém no Centro da cidade ou nas mesas de padarias, praças, bancos e ruas da cidade, o feito do Operário é o tema principal. Embora o título possa coroar o momento único vivido pelo time, a simples presença em uma final depois de 54 anos é motivo de sobra para comemorar. E não é exagero afirmar que a cidade está pintada de branco e preto.
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Andando pelo Centro não se termina uma quadra sem cruzar com uma ou duas camisas do Operário. Elas estão no corpo dos torcedores, mas sumiram das lojas.
Desde a véspera do primeiro jogo da decisão, no sábado passado, praticamente não há mais camisas oficiais à venda. Achar uma para comprar é motivo de comemoração.
Os camelôs fazem a festa, com camisas piratas e comemorativas. O próprio clube chegou a produzir às pressas camisas mais simples, de algodão e serigrafadas, para atender a grande procura.
“É uma ansiedade muito grande. Chega o Natal, mas não chega domingo. Vivemos todos os dias com a final na cabeça. Não consegui esquecer um segundo sequer. Dormimos e acordamos pensando na final”, afirma Thiago Moro, presidente da Associação Avante Fantasma.
O torcedor não sabia como seria a semana, justamente por ainda não ter vivido isso na sua história de 34 anos. “É o jogo da nossa vida”, acrescenta.
As adesões ao plano de sócios dispararam e hoje já são dois mil torcedores fiéis. As meia-entradas para a grande final terminaram em 40 minutos. A fila para comprar os bilhetes dava volta na quadra e os primeiros chegaram por volta das 6h30 dessa quinta, coisa que nunca se viu na cidade. Volta e meia passa um carro com uma bandeira do Fantasma para fora da janela.
A onda alvinegra é tão grande que abafou, por exemplo, as discussões e projeções para a final do Paulista. A torcida Mancha Verde, que tem subsede na cidade, disse que não irá comemorar um eventual título paulista na avenida Vicente Machado se o Operário for campeão.
“É só Operário. As crianças estão indo para a escola com a camisa do Fantasma. E isso nunca aconteceu”, lembra Godoy.
Apesar de muitos torcedores considerarem a chegada à final como um objetivo cumprido, já que o clube conquistou calendário com a possibilidade de jogar a Série D deste ano e a Copa do Brasil no ano que vem, o título está muito perto para ser desprezado.
“Nós conseguimos ter o direito de sonhar. Antes do primeiro jogo, estava feliz só com a vaga na Série D. Agora que ganhamos o primeiro jogo, da forma que ganhamos, queremos, podemos e merecemos mais”, acredita Moro.
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