Dedicado, trabalhador e apaixonado pelo Coritiba. Este era Leonardo Henrique da Rocha Brandão, morto por um tiro de um policial militar no último domingo (19), em frente ao Couto Pereira.
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Leia a matéria completaLéo participava da caminhada da torcida organizada Império Alviverde até a Baixada, para o Atletiba. Foi quando o torcedor de 17 anos acabou atingido no peito por um disparo acidental.
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Leia a matéria completaDe família simples, Léo, como era chamado, estava próximo de completar 18 anos e já ajudava a pagar as contas da casa no Sítio Cercado, onde morava com a mãe, Vanderleia da Rocha, o pai, Ademir Brandão, e mais três irmãos.
“Meu irmão trabalhava desde os 15 anos e ajudava no aluguel, na conta de luz, água, e o que fosse preciso. Não era nenhum drogado ou ‘bandidinho’ como estão querendo acusar”, lamenta João Paulo Rocha, irmão de Leonardo.
Léo ganhava R$ 1 mil por mês lavando carros no Capão Raso. Cursava o Ensino Médio e frequentava a igreja católica. “Ele estava comprando uma moto e guardando dinheiro para tirar a carteira” conta o irmão.
O que Léo não deixava de lado era o amor pelo Coxa. “O dia que nunca me esqueço que passei com ele foi quando fomos ao Couto e o Kazim marcou o gol da vitória na sua estreia contra o Atlético, no Brasileirão ano passado”, relembra João.
No trabalho, Léo também deixará saudades. José Vicente dos Santos, o Zinho, dono do Lavar Car, lamenta a morte do garoto. “Era ele quem alegrava todo mundo com suas brincadeiras. Não sei se nós vamos superar sua perda”, diz, emocionado.
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Revolta
Segundo a PM, no pedido oficial de desculpas da corporação, não houve confronto entre policiais e torcedores. A arma disparou sozinha quando um policial foi colocar a submetralhadora na bandoleira.
Torcedores presentes no local, entretanto, tem outra versão. Eles contam que um policial espirrou spray de pimenta de dentro da viatura nos coxas-brancas, momentos antes do disparo.
A partir do tiro, ainda segundo relatos dos alviverdes, os policias desceram da viatura e jogaram bruscamente Leonardo dentro da viatura. Puxaram por braços e pernas e lançaram no carro.
“Escutei o barulho e vi o Léo no chão. Os policiais desceram e apontaram a arma para todo mundo, pegaram ele e jogaram como se joga lixo numa caçamba”, conta Matheus Wagner Moreira, o melhor amigo da vítima.
O irmão do jovem morto afirma que nenhum responsável pela PM procurou a família. “A enfermeira nos disse que os policiais chegaram falando que tinha trocado tiros com um baderneiro. Só depois fiquei sabendo da versão da PM pela imprensa”.
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