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Alex, com o filho Felipe, se despede do Couto como jogador | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Alex, com o filho Felipe, se despede do Couto como jogador| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Se não fosse pela despedida do ídolo Alex, 2014 era o ano perfeito para ser apagado da história do Coritiba. Afinal, a coleção de fracassos foi grande. Até o Campeonato Paranaense, espécie de porto seguro do clube, que buscava o quinto troféu consecutivo, escapou pelas mãos. Nem na final o time chegou. Eliminação melancólica para o modesto Maringá nas semifinais. Ou seja, a quase protocolar volta olímpica anual já não existia mais.

O trauma poderia ter sido ainda maior, já que ali, aborrecido com o insucesso do time e em rota de colisão com a administração de Vilson Ribeiro de Andrade, Alex chegou a abandonar a carreira. A aposentadoria durou três dias, mas já indicava a nuvem negra que acompanharia o Alviverde no ano.

"Cheguei a dizer que viria ao clube somente para me despedir, mas teve um grupo de dez jogadores que me encheu muito o saco [para ficar]. Esse grupo é fantástico", disse à época o camisa 10.

Na Copa do Brasil o time caiu logo nas oitavas de final, em um polêmico jogo contra o Flamengo no Maracanã. Eliminação que até hoje os coxas creditam ao árbitro do Mato Grosso Wagner Reway – o apitador assinalou dois pênaltis pra lá de controversos a favor da equipe da Gávea.

O drama de verdade, porém, veio com o início do Brasileiro. Nem a longa parada para a Copa do Mundo salvou Celso Roth, dono de uma triste passagem pelo Alto da Glória, da degola. O Coxa foi caindo, caindo, caindo, até ganhar cadeira cativa na zona de rebaixamento. O medo de encarar mais uma Segunda Divisão só acabou na penúltima rodada, após uma série de mobilizações, o retorno de Marquinhos Santos, e uma expressiva vitória sobre o Atlético-MG em Belo Horizonte.

Não foi a despedida dos sonhos, mas evitou um vexame que Alex não precisava ter em currículo. O Menino de Ouro, tão amado pela torcida, disse adeus numa festa comovente no Couto Pereira contra o Bahia, dia 7 de dezembro. Pode virar técnico ou dirigente, mas, por ora, longe do Alto da Glória. Vai curtir a vida, os filhos e a arquibancada.

Verá de longe a chapa "Coxa Maior", de oposição, que ajudou a eleger, dar as cartas no clube. Os seguidos fracassos abreviaram a passagem de Vilson Ribeiro de Andrade e empurraram para a presidência o cartorário Rogério Bacellar Portugal que promete recolocar o Coxa nos trilhos usando como base o projeto de João Paulo Medina, que assumiu o comando do futebol.

"Meu sonho é ser campeão do mundo, mas vai demorar. Com planejamento e com pés no chão, vamos chegar lá", disse o novo presidente.

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