Com as falhas nos gols que resultaram na derrota do Coritiba por 2 a 0 para o Operário na primeira partida da final do Campeonato Paranaense, o goleiro Vaná se tornou personagem central da decisão do Estadual, que acontece no próximo domingo (3), às 16 horas, no Couto Pereira. Titular da equipe desde a saída de Vanderlei, no inicio do ano, o prata da casa desfrutou de uma caminhada relativamente tranquila até a decisão.
Último goleiro oriundo das categorias de base alviverde a ser titular da equipe, Gerson Dall’Stella, que integrava a célebre equipe coritibana do final dos anos 1980, é direto: “A torcida, a imprensa, os curitibanos, não vão permitir falhas a ele. Fez um bom campeonato mas errou na hora que não podia, e não vai ser perdoado se o Coxa não for campeão. É da nossa cultura”, diz.
Mesmo assim, ele recomenda que Vaná encontre uma forma de superar esse momento. “Falhas acontecem, é levantar a cabeça porque ainda tem um jogo, e ele ainda pode sair consagrado. Vai que a decisão acaba nos pênaltis. Nada melhor para mudar a história de um goleiro”, aponto Dall’Stella.
Para o goleiro campeão brasileiro pelo Coritiba em 1985, Rafael Cammarota, a posição exige um preparo mental diferenciado, já que ao contrário dos outros jogadores que estão em campo, o arqueiro sempre é avaliado pelos erros que comete. “Tem que aprender a ser herói e bandido, mas tem que se acostumar a ser mais herói. Infelizmente o goleiro não é analisado pelo jogo que faz e sim pelos gols que toma. Uma falha em 90 minutos e você é escrachado, sem contar o que fez durante toda a partida”, sentenciou.
Mais um ídolo da torcida que atuou debaixo das traves, Jairo do Nascimento, campeão do Torneio do Povo em 1973 pelo Coxa, afirma que Vaná tem condições de seguir na meta alviverde, mas precisa de mais firmeza. “Acho que um dos problemas para ele é a confiança. Ele está melhorando, vem evoluindo, nesse jogo foi infeliz mas isso acontece com todos nós. Ele vai precisar dessa confiança para seguir em frente”.
Segundo Jairo, jogar no gol do Coritiba é estar sob constante observação. “Pressão no Coritiba todos os goleiros têm. Principalmente no inicio, é muito difícil”. Para Cammarota, o histórico da equipe na posição aumenta a expectativa sobre o jovem guarda metas. “O Coritiba sempre teve grandes goleiros, desde o Manga até o Gerson, e essa é uma posição das mais cobradas. Tem que ter personalidade e aprender a viver com isso”, concluiu.
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