A delação premiada do ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, divulgada nessa quinta-feira (7) pelo jornal Folha de S.Paulo, confirmou o pagamento de propina para a construção ou reforma de pelo menos três estádios da Copa do Mundo de 2014. Estão nessa lista o Maracanã, no Rio de Janeiro, o Mané Garrincha, em Brasília, e a Arena Amazônia, em Manaus.
Entre estes três estádios, dois estão entre os mais caros construídos para o Mundial. Segundo dados do Ministério do Esporte, o Mané Garrincha é o que custou mais, um total de R$1,4 bilhão. Depois vem a Arena Corinthians (R$ 1,08 bilhão) e logo na sequência o Maracanã, que custou R$ 1,08 bilhão. A Arena Amazônia foi a sexta mais cara entre os 12 estádios, ao custo de R$ 660,5 milhões.
Em novembro do ano passado, com o começo das delações, o ex-presidente da Andrade Gutierrez já tinha aceitado pagar uma multa de cerca de R$ 1 bilhão. Isso porque, além da propina paga para a construção dos estádios, a empresa ainda admitiu participar de obras superfaturadas da Petrobras e do sistema elétrico, o que teria gerado propina para a eleição e a reeleição da presidente Dilma Rousseff. A delação foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal na tarde dessa quinta-feira.
Em nota encaminhada à Folha, a campanha de Dilma negou qualquer irregularidade. A Andrade Gutierrez, segunda maior empreiteira do país, não quis se pronunciar.