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Aurélio Almeida, a esquerda, ao lado do técnico Tupãzinho. | Reprodução/Facebook
Aurélio Almeida, a esquerda, ao lado do técnico Tupãzinho.| Foto: Reprodução/Facebook

O controverso dirigente Aurélio Almeida está de volta ao futebol paranaense em 2017. Após obter no final do ano passado uma decisão favorável da Justiça que o considera o atual presidente e proprietário do Grêmio Maringá, o cartola retorna às atividades ao seu estilo, repleto de promessas mirabolantes.

Para a disputa da Série Prata do Campeonato Paranaense deste ano, a primeira ação foi o anúncio do técnico Tupãzinho. Ídolo do Corinthians, o ex-jogador já foi apresentado oficialmente. Nas próximas semanas, Almeida promete “de três a quatro reforços de renome internacional que vão balançar Maringá”.

“A gente vai fazer um trabalho para realmente levar o Grêmio para a Primeira Divisão estadual e montar uma base para buscar uma Série B ou A do Brasileiro”, projeta. “Nós passamos por muita luta financeira. Parcelei as dívidas fiscais, aderi ao Profut”, prossegue.

Segundo o dirigente, o grande número de torcedores da equipe na Cidade Canção vai alavancar o clube novamente. “A cidade sempre abraçou esse time. O Tupãzinho considera a torcida do igual à do Corinthians, guerreira, é um time que precisa logo estar na Primeira Divisão do futebol brasileiro”, analisa.

Sobre a fama de folclórico, Almeida garante não se incomodar. “Quando você fala as coisas de frente, a verdade incomoda. Podem me colocar o apelido que quiserem”, explica, refutando em seguida outra reputação que lhe acompanha: o de não pagar os jogadores que contrata.

“Quando clube pequeno tem dívida, o presidente é caloteiro. Quando clube grande tem dívida, a dívida é do clube”, desabafa. “Não é questão de não pagar jogador. Eu passei o clube para vários empresários, aí você terceiriza, eles não pagam e a dívida vem para o clube. As bombas vêm para cima de mim”, completa.

Time tem dois técnicos , dois presidentes e dois elencos

Aurélio Almeida vendeu o Grêmio Maringá em 2014 para um grupo de empresários, mas alega que os compradores não cumpriram o acordo. Os empresários que compraram o clube, por outro lado, garantem que a compra foi efetuada e seguem planejando o elenco para 2017. O técnico Rafael Andrade, inclusive, já foi anunciado, assim como 16 jogadores.

“Vendi o time, mas não pagaram. Nunca foram presidentes do clube. Eu dei uma procuração para eles assinarem por mim, mas eu sigo como dono”, defende Almeida. “Estão usando ilegalmente o nome do Grêmio”, arremata.

Presidente do “outro” Grêmio Maringá, David Marcelo Ferreira rebate. “Desde 2015 temos essa discussão com o Aurélio. Compramos o clube, pagamos dívidas e assim que obtivemos uma certidão negativa de débitos o Aurélio entrou com processo falando que não recebeu o dinheiro”, afirma. “Ele se aproveita do fato de não termos conseguido transferir o clube, porque no contrato social segue o nome dele”, complementa.

Via assessoria de imprensa, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) afirma que, juridicamente, Aurélio Almeida é reconhecido como presidente do Grêmio Maringá.

Histórico

A fama de folclórico não acompanha Aurélio Almeida à toa. O dono e presidente do Grêmio Maringá já anunciou ter comprado o Pinheirão e o J.Malucelli. Disse também que levaria o Boca Juniors à Cidade Canção para um amistoso. Prometeu a contratação do pentacampeão Edilson Capetinha.

Nada se concretizou, aumentando a o folclore em torno do personagem que, em 2002, passou um período detido na Colônia Penal Agrícola, em Piraquara, cumprindo pena por usurpação (apossando-se sem ter direito) de função pública.

No futebol, o cartola também já passou pelas cidades de Toledo, com o Império Toledo, e Curitiba, com o Império do Futebol e o Real Brasil. Em 2012, disse ainda que compraria o espanhol Racing Santander, novamente sem sucesso.

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