O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Wolfgang Niersbach, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (9) em meio às suspeitas de evasão fiscal relacionada ao processo de escolha da sede da Copa do Mundo de 2006.
A Procuradoria de Frankfurt havia aberto investigações sobre a transferência de 6,7 milhões de euros (R$ 27,2 milhões) de euros do comitê organizador da federação alemã para a Fifa.
Na última semana, a polícia alemã realizou operações de busca na sede da DFB em Frankfurt e em residências de dirigentes suspeitos, entre eles Niersbach e o ex-presidente Theo Zwanziger, segundo o jornal Bild.
“Eu me dei conta de que chegou a hora de assumir a responsabilidade política [do escândalo]”, declarou o dirigente, ao fim de uma reunião realizada na sede da entidade, em Frankfurt. Apesar da renúncia, Niersbach afirmou que “não fez nada errado”.
Em outubro, a revista Der Spiegel publicou uma suposta existência de uma “caixa-preta” do comitê da candidatura alemã, com a qual teriam sido comprados os votos de quatro asiáticos da Fifa.
A Alemanha obteve em julho de 2000 a organização do Mundial, após uma votação que teve 12 votos para sua candidatura contra 11 para a África do Sul e uma abstenção do neozelandês Charles Dempsey no último turno da votação.
Em nota enviada para a revista, a DFB reconheceu a existência do pagamento de 6,7 milhões de euros para a Fifa em abril de 2005 e que o dinheiro possivelmente não teve o fim a que se destinava. A federação alemã negou, porém, que o dinheiro tivesse alguma relação com a escolha da sede da Copa de 2006, cinco anos antes.
Segundo a DFB, o dinheiro era destinado ao programa cultural da Fifa, que previa a realização de quase 50 projetos relacionados à Copa do Mundo. Não está claro, porém, onde esses recursos foram parar, acrescentou a federação.