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 | Ilustração/Osvalter Urbinati
| Foto: Ilustração/Osvalter Urbinati

As campanhas de Atlético e Coritiba , na Série A, e do Paraná , na Série B, não passaram da mediocridade em 2015. Enquanto o Coxa corre risco de rebaixamento faltando cerca de um mês para o término da temporada, os rivais evitaram (virtualmente) a queda com algumas rodadas de antecedência. Mesmo assim, fecham o ano com um sentimento de frustração para a torcida, que sempre acredita que é possível chegar mais longe. Listamos alguns motivos que emperram o avanço dos nossos clubes no cenário nacional.

Por que o futebol paranaense não dá um salto?

Contrato de televisão

A disparidade nos acordos televisivos de Atlético e Coritiba para os adversários, que já é grande, aumentará ainda mais a partir do próximo ano. A cota da dupla Atletiba hoje é de R$ 27 milhões anuais, no último escalão dos clubes da Primeira Divisão. Um nível acima, seis clubes (Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio, Internacional, Fluminense e Botafogo) recebem atualmente R$ 45 milhões. A diferença subirá para R$ 25 milhões nas próximas três edições do Brasileiro, quando Alviverde e Furacão passarão a embolsar R$ 35 milhões cada. Flamengo e Corinthians ganharão R$ 170 milhões por temporada. O Paraná tem de se virar com menos de R$ 4 milhões por ano da TV, que é disparada a maior receita do clube

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Exposição da camisa

A questão do patrocínio segue a mesma lógica da televisão. Os clubes mais populares arrecadam muito mais do que nossos representante locais. Para mostrar sua marca nas camisas de Atlético e Coritiba, a Caixa Econômica Federal paga cerca de R$ 6 milhões para cada. Segundo o mesmo patrocinador, a camisa do Corinthians vale cinco vezes mais (R$ 30 milhões). Novamente, a situação é bem mais complicada para quem está fora da elite. O Tricolor não tem um patrocínio master no uniforme desde 2013 – apenas anunciantes pontuais. Hoje, a marca de cosméticos Racco estampa sua marca na camisa da equipe da Vila Capanema, mas como a empresa banca os custos do centro de treinamento do clube, não se sabe se há retorno financeiro.

Visibilidade

Sem dinheiro, diminui a chance de qualquer clube fazer boa campanha no Brasileiro ou na Copa do Brasil. Sem resultados em campo, a possibilidade de ter seus jogos transmitidos em rede nacional é reduzida. Com a visibilidade restrita, também cai o interesse de eventuais patrocinadores.

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Este ciclo vicioso é altamente nocivo ao futebol estadual, que quase não saiu ‘da aldeia’ neste ano. Entre os jogos da Série A agendados para serem mostrados em rede nacional até a 35ª rodada, apenas 13 contavam com Atlético ou Coritiba, por exemplo.

Isso significa que a representatividade dos nossos times para a televisão neste ano é de aproximadamente 3,7% do total de partidas.

Quais as saídas?

Erro zero

A principal maneira para combater as diferenças absurdas listadas acima é a aplicação de uma gestão racional e profissional no futebol. Trabalhar sem loucuras, dentro do orçamento, com apostas muito bem calculadas, contratações profundamente estudadas e comprometimento com o projeto traçado. Não adianta prometer mundos e fundos e depois ficar aquém, mas justificar dizendo que é preciso pensar grande. No patamar que o futebol paranaense está hoje, é preciso superar cada obstáculo a seu tempo, com solidez a cada passo dado, para não acontecer retrocessos como os rebaixamentos vistos nos últimos dez anos.

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Categorias de base

A realidade dos clubes paranaenses passa pela formação. Primeiro, para a óbvia utilização dos atletas em campo. Segundo, para fazer caixa com uma possível venda, já que de alguma maneira é preciso tentar diminuir a distância para os clubes que têm mais receitas. O Atlético é um ótimo exemplo de investimento na base, já que carrega um grande histórico de jogadores que saíram do CT do Caju, se destacaram no time principal e depois foram negociados – o goleiro Neto, o zagueiro Rhodolfo e o atacante Marcelo Cirino são exemplos dos últimos cinco anos. Coritiba e Paraná também carregam tradição em revelar bons jogadores. Mas é preciso ir além e fortalecer esse processo, algo que dá certo no Santos, por exemplo.

Sócios

Sem conseguir competir financeiramente com clubes que recebem mais da televisão e patrocínios, o caminho é juntar grana com os associados. Hoje, Atlético e Coritiba têm cerca de 20 mil sócios cada. Número que tem boa margem de crescimento, vide a capacidade da Arena e do Couto Pereira, que é praticamente o dobro. Na comparação com outros clubes, a distância é enorme. Inter, Palmeiras e Corinthians, por exemplo, têm mais de 100 mil associados. Mesmo times locais, como o Sport (40 mil sócios), superam a dupla Atletiba.

A situação do Paraná é ainda pior, com pouco mais de 5 mil sócios. Mesmo na comparação na Série B, há clara desvantagem. O Bahia ultrapassa os 20 mil e Botafogo e Paysandu têm pouco mais de 10 mil adesões.

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