Após garantir o acesso à Série B depois de 11 anos, o gestor do Londrina, Sérgio Malucelli, promete que o Tubarão brigará pela vaga na elite já em 2016. Mais do que isso. Ao cumprir a meta de colocar a equipe na Segundona com seis anos de antecedência, o dirigente mira levar o LEC a outro patamar no futebol nacional, especialmente no quesito financeiro.
Malucelli espera receber entre R$ 6 milhões e R$ 10 milhões em direitos de televisão, mas sequer cogita participar da Primeira Liga para engordar o caixa. Ele esnoba o torneio do desafeto Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético. Leia a entrevista abaixo:
Não conversei com o Hélio Cury [presidente da Federação Paranaense de Futebol], mas o estadual está muito indefinido, principalmente com esse negócio do torneio Sul-Minas e com o Atlético e Coritiba ameaçando disputar [ o Paranaense] com times mistos. Então vamos pensar na Série C, que não acabou. Alcançamos o primeiro objetivo, o acesso, e agora, vamos buscar o título. Primeiro vamos terminar um campeonato para pensar no outro.
Nem me passou pela cabeça. Primeiro, porque é um projeto do Mario Celso Petraglia [presidente do Atlético Paranaense], que já deu uma entrevista dizendo que no Paraná só existem dois clubes: o Atlético e o Coritiba. Então, deixe que disputem entre eles, em Curitiba. Não conseguem ganhar no Brasileiro, vão ganhar onde se não for o Paranaense? E estão atrapalhando os estaduais. Não sei como a CBF autoriza um negócio absurdo como este. São 12 clubes, dos 20 que começam o Brasileiro dali a três meses. E isso em sete datas? Um absurdo.
Você sai do zero na serie C para uma serie B que tem uma receita [direitos de transmissão para TV e outros incentivos] de R$ 4 milhões para o clube. A CBF não me falou, mas ano que vem, essa receita deve pagar ao clube de R$ 6 milhões a R$ 10 milhões. É outro patamar.
Acho muito difícil, pois o Londrina ainda tem muitas pendências. [patrocinadores públicos exigem certidões negativas de tributos]. Dificilmente o clube vai conseguir cumprir todas as exigências da Caixa. Muitos clubes que conseguem patrocínio, nem chegam a receber dinheiro. O Paraná Clube é um exemplo. Até com a nossa patrocinadora, a Sercomtel, estamos sofrendo. Apareceu uma pendência na atualização dos impostos. Um carro que era da SM Sports e que foi vendido e não transferido. Com isso, o patrocínio da Sercomtel atrasou dois meses. E o Londrina ainda tem pendência municipais, federais, com a Sanepar, IPTU atrasado. O Felipe [Prochet, presidente do Londrina], está tentando resolver.
Minha cobrança da torcida sempre foi porque estamos numa cidade de 550 mil habitantes, com um entorno de 1,5 milhão. Acho um absurdo um jogo receber 4 mil, 5 mil pessoas. Isso, em um momento de recuperação do clube. Se você pegar a história do Corinthians, você vê que na crise, quando não ganhava nada, angariava até mais torcedores. Aqui é o contrário, sempre tem aquela desconfiança. Temos capacidade para ter 8 mil, 10 mil torcedores por jogo para incentivar o time. Vivemos um momento muito diferente de outros clubes, de recuperação, um time que saiu da segunda divisão do Paranaense para chegar à segunda do Brasileiro. Muitas equipes levam 10, 15, até 20 anos para conseguir isso.
Acredito nisso, aposto nisso. Tenho certeza que o número de torcedores do Londrina está aumentando. As crianças estão indo ao campo, cada jogo tem mais criança. São os nossos torcedores do futuro. E os pais vão junto. Uma campanha vitoriosa aumenta o número de torcedores.
A reforma do gramado está tudo certa. Acabou o campeonato, já começa. O prefeito [Alexandre Kireeff] acabou de ligar para parabenizar e marcou uma reunião para amanhã [terça]. É difícil fazer tudo para o ano quem vem, mas há boa vontade para reformar vestiários, banheiros, bares, cabines de imprensa.
Muita luta e muito trabalho, Não vou falar que seremos campeões da Serie B, pois não sou louco, mas vamos brigar pelo título em qualquer campeonato que a gente entrar.
Será como começou, não vamos mudar nossa política nunca, nossa maneira de trabalhar. Começamos nosso projeto assim e vamos até o final. Está dando certo, estamos revelando jogadores e conseguindo conquistas e títulos.
O Tencati não tem um contrato conosco. É um acordo verbal , mas o procurador do Tencati sou eu. E ele vai continuar aqui. Já falei isso e vou repetir: o Tencati só sai daqui se tiver uma proposta muito boa. Um proposta que garanta a ele tempo para trabalhar. Não adianta ir para um clube que após duas, três derrotas manda embora.