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Vice-campeão paranaense com a Adap de Campo Mourão em 2006, Gilberto Pereira comanda o Operário em 2014 | Henry Milléo/ Gazeta do Povo
Vice-campeão paranaense com a Adap de Campo Mourão em 2006, Gilberto Pereira comanda o Operário em 2014| Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Distantes das preocupações com a violência, livres das pendengas no tapetão, alheios às reivindicações do Bom Senso FC, nove clubes trabalham desde novembro visando o Paranaense 2014 – com início marcado para 19 de janeiro. Dedicação e expectativa por uma disputa cada vez mais abandonada e desvalorizada.

Por causa da Copa do Mundo no Brasil, o calendário do futebol teve de ser espremido e, claro, sobrou para as disputas locais. Com regulamento elaborado em caráter de emergência – mistura de pontos corridos e mata-mata – a centésima edição do Estadual será um mês mais curta que em 2013 e terá apenas 17 datas disponíveis.

O ano atípico influenciou igualmente na disposição do trio de ferro. O Atlético repetirá a estratégia empregada no ano passado, quando relegou à competição ao time sub-23, enquanto os profissionais cumpriam longa pré-temporada. Coritiba e Paraná devem tomar o mesmo caminho.

"Desvaloriza muito, sem dúvida. Os clubes da capital é que têm as grandes atrações, os jogadores que estão na Primeira Divisão e os torcedores do interior querem ver. Não fica um clima normal de Paranaense", analisa Cláudio Tencatti, técnico do Londrina. Com Curitiba representada, na prática, somente pelo J. Malucelli, o Tubarão desponta como um dos favoritos na briga pela taça 100. Em 2013 já foi assim, quando duelou e perdeu para o Coxa o título do primeiro turno e a passagem direta para a finalíssima.

A deserção do trio é encarada de outra forma pelos lados do Parque Barigui – e também alimenta sonhos por lá. "A partir do momento que a camisa de Atlético, Coritiba e Paraná está em campo, é isso que interessa. O nome da instituição está em jogo. Então, quem ganhar vai ficar marcado para sempre como o campeão de 2014", diz Bruno Batata, atacante do Jotinha.

Outro ponto a ser considerado é o formato mais enxuto do certame. No ano passado foram dois turnos com os vencedores de cada um deles se encontrando na decisão. Ao término, o Coritiba bateu o Atlético e garantiu o tetracampeonato jogando 24 vezes.

A partir de janeiro, as 12 agremiações jogarão entre si em turno único. Os oito melhores seguem para a segunda fase, em partidas de mata-mata. "Muda bastante. É preciso começar bem para se classificar. Não há tempo para recuperação, nem treinamento. Serão dois jogos por semana, viagem e concentração", comenta Jorge Nunes, gerente-geral do Operário.

Para o próximo ano, a CBF disponibilizou 19 datas. Duas a mais que em 2014, mas insuficiente para a FPF retomar a fórmula com os dois turnos como pretende fazer. Qual será o novo "encaixe", só o tempo irá dizer.

Enquanto se preparam para largar com tudo, os clubes se preocupam da mesma forma com a linha da chegada. Afinal, é grande a chance de não restar nada ao término do Paranaense, exceto por duas vagas à Série D e quatro para a Copa do Brasil (três delas, em tese, para os times de Curitiba).

"Infelizmente, ainda não vimos os benefícios do Bom Senso FC. A reformulação do calendário para nós foi horrível, pois podemos ficar mais tempo sem atividade. Alguns jogadores só têm mercado no Paraná. É uma pena. Mas, quem sabe, as coisas melhorem no futuro", declara o experiente Lio Evaristo, que desta vez comadna o Arapongas.

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