Boateng, que tem ascendência ganesa, é um dos nomes criticados pela extrema direita na seleção alemã, mas não por seu futebol.| Foto: Patrik Stollarz/AFP

Uma dirigente do partido de direita populista AfD (Alternativa para a Alemanha) provocou polêmica ao publicar uma mensagem no Twitter na qual sugeria que a Alemanha poderia ter vencido a França se utilizasse menos jogadores descendentes de imigrantes – atletas não brancos.

CARREGANDO :)

“Talvez da próxima vez deveria jogar uma SELEÇÃO NACIONAL alemã”, escreveu a vice-presidente do partido, Beatrix von Storch, após a derrota por 2 a 0 da Alemanha para a França nas semifinais da Eurocopa.

A mensagem foi considerada um ataque aos jogadores de origem imigrante e provocou muitos protestos.

Publicidade

“Pura estupidez”, afirmou Ralf Stegner, líder do Partido Social-Democrata, que integra a coalizão de governo da chanceler Angela Merkel. “Perdedora ressentida”, respondeu Armin Laschet, integrante do partido CDU (centro-direita) de Merkel.“Quem é esta pessoa patética que não pode ficar feliz por sermos campeões do mundo?”, questionou Omid Nouripour, do Partido Verde, em referência ao título alemão na Copa do Mundo do Brasil-2014.

Esta não é a primeira polêmica de um dirigente do AfD a respeito da seleção alemã. Em maio, outro vice-presidente do AfD, Alexander Gauland, atacou um dos jogadores mais importantes da seleção da Alemanha, Jerome Boateng. “As pessoas o consideram um bom jogador, mas não querem ter Boateng como vizinho”, disse.

Gauland foi muito criticado por seu comentário a respeito de Boateng, nascido em Berlim, de mãe alemã e pai de Gana. A própria Von Storch havia provocado escândalo ao sugerir que a polícia alemã deveria atirar contra os migrantes, inclusive crianças, para impedir que entrassem na Alemanha.