Enquanto o futebol brasileiro exporta craques, a Europa exporta o show. O maior deles neste sábado, com a milionária decisão da Liga dos Campões . Esta é a principal diferença a reforçar o abismo entre as realidades no gramados locais e europeus.
O sucesso administrativo é o maior trunfo do principal mercado da bola na avaliação compartilhada por especialistas em marketing e gestão esportiva ouvidos pela Gazeta do Povo para explicar o apelo que as equipes internacionais despertam no país.
“Esse interesse pelos clubes europeu é um fenômeno da globalização e que os clubes de lá sabem como aproveitar”, comentou economista e especialista em gestão e marketing esportivo, Antônio Afif.
Ele ressaltou a habilidade dos clubes em desenvolver estratégias de expandir as suas marcas há bastante tempo.
“O próprio Barcelona é um fenômeno na Ásia e no mundo todo. Hoje, 25% das horas de transmissão dos jogos do clube são para a Espanha, o restante é para fora do país”, acrescentou.
Foi com as transmissões dos campeonatos internacionais, especialmente do Campeonato Italiano, a partir dos anos 80, que os brasileiros começaram a criar intimidade com os craques e competições e desenvolver essa torcida com sotaque.
“Somos exportadores de matéria prima enquanto eles são exportadores de espetáculo. Os grandes jogadores estão lá. O torcedor quer duas coisas: títulos e ídolos. Até vai ter títulos, estaduais, alguns nacionais. Mas qual grande ídolo joga aqui no futebol brasileiro?”, questionou João Henrique Areira, professor e especialista em Gestão e Marketing Esportivo.
Alvo recente, América começa a render milhões ao Barça
Ao apresentar o lucro recorde 41 milhões de euros na temporada passada, o Barcelona estabeleceu os próximos mercados que pretendia conquistar: Rússia e América Latina. Em fevereiro, o clube fechou seu primeiro acordo exclusivo no Brasil, com a Tenys Pé Baruel – contrato costurado pela empresa do pai de Neymar.
O negócio se soma a outros dois para a América Latina inteira, fechados com a Gillette (em outubro de 2014) e Telefônica (em março deste ano, no valor de 40 milhões). É a maneira de o clube transformar em dinheiro uma relação histórica com o Brasil.
O país é o segundo que mais cedeu jogador ao Barça na sua história e agora, com o efeito Neymar, passou a receber um trabalho dirigido, inclusive com um site em português.
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