O advogado e jornalista Boleslau Sliviany, mais conhecido como Boluca, faleceu às 20 horas desta segunda-feira (27), aos 84 anos. Cronista do jornal Tribuna do Paraná por 40 anos, ele foi enterrado às 11 horas desta terça-feira (28) no Cemitério Municipal de Curitiba. O jornalista deixa a esposa Iracema, com quem ficou casado durante 54 anos, o filho Mariano, a nora Ione e a neta Maria Gabriela.
Há cerca de dois meses Boluca sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), quando foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Curitiba. Durante esse tempo a saúde do jornalista piorou, chegando a ficar em coma induzido. Em decorrência do sofrimento durante todo esse período para o cronista e a família, optou-se por um velório apenas para as pessoas mais próximas.
Antes de entrar na carreira jornalística, Boluca foi jogador profissional de futebol na década do 50, com passagens por Poty do Batel, Juventus, Palestra Itália e Atlético. No Furacão foi campeão estadual em 1958 e iniciou a história, que depois viraria lenda, do Pinheiro no bosque do estádio que morreu após ser atingido por um chute seu. Em 14 anos de carreira, o meia de ligação marcou 14 gols.
Aos 28 anos, Boluca, que tinha se formado em Direito, passou em um concurso para procurador da União junto ao Conselho Regional de Contabilidade, quando largou a carreira dentro das quatro linhas. No local também atuou como assessor de imprensa e teve recentemente uma homenagem com um auditório batizado com o seu nome. Também trabalhou como advogado na Federação Paranaense de Futebol e no seu próprio escritório.
Na época em que escrevia na Tribuna a famosa coluna Súmula, ficou marcado por criar bordões como “Vai com Deus,guri”, “Eis Tudo” , “Quem viver, verá” ou “Nada mais disse, mas também nada mais foi perguntado”. Quando ocorria uma briga entre dirigentes, o título da coluna era certo: “Almas em conflito”.
Entre os companheiros de redação, restaram as lembranças do companheiro de profissão. “Era uma pessoa extremamente amorosa, do bem”, lembra o editor da Tribuna, Carlos Bório. “Até o fim sempre levava a coluna datilografada e nós tínhamos que passar para o computador. Dizia que essa máquina não era do seu tempo”, acrescenta.
“Ele era uma pessoa fantástica, lia muito, era um estudioso. Uma das únicas pessoas que eu nunca vi ficar nervoso na vida”, recorda Armindo Berri, chefe da redação da Tribuna e que trabalhou com Boluca durante 20 anos.
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