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A primeira rodada da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa, com jogos na terça-feira (13) e quarta (14) foi acompanhada apenas por uma pequena fração (cerca de 12%) dos assinantes de TV paga no Brasil.

Isso porque o Esporte Interativo, que detém os direitos de transmissão do evento desde outubro de 2014, está presente somente nas operadoras Oi, GVT e TV Alphaville, além de outras regionais.

A emissora e as maiores operadoras de televisão por assinatura do Brasil, NET e Sky (que detêm cerca de 80% dos assinantes do país), vivem um imbróglio e o Esporte Interativo não consegue espaço nessas grades de programação.

Em entrevista à reportagem, o ex-presidente e atual vice-presidente sênior de conteúdo esportivo do Esporte Interativo, Edgar Diniz, explica os motivos que ele acredita terem causado o impasse que limitou a penetração do canal nas maiores operadoras.

“No início de agosto, nós tínhamos praticamente fechado um acordo com duas grandes operadoras do país, com as bases financeiras acertadas. Quarenta e oito horas depois do acerto, ambas voltaram atrás. Nesse meio tempo, aconteceu um discurso de um importante executivo de uma emissora em feira da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura, no qual ele dizia que havia loucos à solta no mercado, referindo-se à Turner”, conta Diniz. A Turner, gigante americana da área do entretenimento, é sócia-majoritária do Esporte Interativo.

Ainda que evite citar nomes, no período citado por Diniz aconteceu fala de Alberto Pecegueiro, diretor-geral da Globosat, na ABTA, em que ele falava de “loucos à solta”, referindo-se aos valores investidos por emissoras na aquisição de direitos de transmissão, entre elas a Turner. A Globosat controla a SporTV, concorrente do Esporte Interativo.

“E as operadoras que voltaram atrás não reclamaram dos nossos preços, que são substancialmente inferiores. Foi uma reviravolta que nos gerou uma preocupação muito grande. A gente estranha se tiver alguma interferência indevida no mercado”, continua Diniz.

Contatado pela reportagem, Pecegueiro negou qualquer espécie de interferência nas negociações entre Esporte Interativo e as operadoras.

“Não tenho nenhuma participação nessa negociação. Eu não tenho nada a ver com a relação da Tuner com as operadoras. Atribuir à minha fala qualquer revés nas negociações com o Esporte Interativo, eu acho quase cômico. Você acha que uma frase é capaz de impedir uma negociação de uma empresa do tamanho da Turner com as operadoras?”, explicou.

Ao longo da semana, os perfis das operadoras Sky e Net foram inundados de mensagens de assinantes interessados em contar com o Esporte Interativo em suas grades, para acompanhar a Liga dos Campeões.

Procurada pela Folha, a Sky reafirmou que não há previsão para a entrada do canal Esporte Interativo em sua grade.

“A Sky reforça que já oferece os principais canais de esportes da TV por assinatura brasileira, entre eles BandSports, Fox Sports, Fox Sports 2, Sportv, Sportv2, Sportv3, ESPN, ESPN Brasil e ESPN+”, afirmou em nota.

A NET não respondeu até a publicação desta matéria.

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