Virou caso de polícia no Ceará a suspeita de falsificação de documentos para a "exportação" de jogadores de futebol da região do Cariri cearense para Fortaleza, São Paulo, Curitiba, Natal, Salvador, Itália e Espanha. O Ministério Público Federal (MPF) em Juazeiro do Norte propôs à Justiça uma ação penal contra nove pessoas acusadas de organizar um esquema de falsificação de documentos públicos de jovens jogadores de futebol do Ceará. No esquema fraudulento, os atletas tinham as idades diminuídas em dois ou três anos, o que possibilitava a negociação com clubes nacionais, como Corinthians, Atlético, Fortaleza, Bahia e ABC e do exterior.
A ação penal do MPF é resultado de inquérito policial que deflagrou a "Operação Peter Pan Cariri", a partir de investigações conduzidas pela Delegacia de Polícia Federal em Juazeiro do Norte. Entre os denunciados está o jogador de futebol Vandinho, "exportado" para o Fortaleza.
O procurador da República no Ceará, Celso Leal, denuncia que o esquema fraudulento estaria sob o comando do treinador Moisés da Silva, responsável pela Associação e Empreendimento Esportivo C.T. Cariri, localizada em Juazeiro do Norte. As investigações apontaram que ele seria quem recrutava e convencia os jogadores e seus familiares, que ficariam cientes da falsificação de documentos para redução de idade. E seria também o responsável pela falsificação das certidões de nascimento.
Segundo Celso Leal, "os fatos foram inicialmente comprovados por meio da ficha de jovens atletas de futebol disponibilizadas no site do Fortaleza Esporte Clube. A partir dos dados coletados, a Polícia Federal diligenciou e comprovou a existência de um verdadeiro esquema fraudulento e criminoso articulado por empresários do ramo de futebol do Estado do Ceará, bem como pelos respectivos atletas e seus genitores, os quais detinham conhecimento e participação na confecção e uso de certidão de nascimento, RG, CPF e passaportes falsos no município de Juazeiro do Norte".
As investigações apontam que dezenas de atletas com idades reduzidas foram negociados com times como o Fortaleza, ABC, Bahia, Atlético e Corinthians, além de clubes do exterior (da Itália e Espanha). Celso Leal diz que os envolvidos no esquema lucravam na venda desses jogadores, "iludindo os clubes que adquiriam os atletas, pois pensavam que estavam contratando jovens jogadores promissores, quando, na verdade, se tratavam de jogadores com idades reais muito superiores às das informadas aos clubes".
Os denunciados são o jogador Vandinho, o dirigente Kléber Lavor (ex-Icasa e Guarani de Juazeiro) e os "exportadores" Adalberto Brandão, Cícera Montenegro, Cícero Nacélio dos Santos, Maria das Dores Féliz, Maria Sileude Brandão, Moisés da Silva e Osiel Montenegro. Os acusados vão se defender na Justiça. Nenhum deles quis falar a respeito do caso.
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