A Federação Paranaense de Futebol decidiu enxugar o seu quadro de filiados. A entidade processou 12 clubes profissionais e 47 ligas amadoras pleiteando a desfiliação de todos. A justificativa é a não participação em competições, duas por ano, e a não realização de campeonatos por parte das ligas, também dois por temporada, de acordo com o regulamento geral da entidade.
"São clubes e ligas que estão totalmente fora das normas. Constam entre os filiados só que não participam mais. Não queremos quantidade, mas qualidade", explica Hélio Cury, presidente da FPF.
Feito o levantamento, os processos estão com uma comissão disciplinar, que até o final do mês deve concluir todas as análises. Depois, será a vez de Cury emitir o seu parecer. Clubes e ligas que ficarem insatisfeitos podem recorrer à diretoria da FPF. Por fim, a decisão ainda é apreciada pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR).
Um dos implicados é o Iguaçu. Tradicional representação de União da Vitória, fundada em 1971, o clube esteve inativo de 2010 a 2012 em 2008, a Pantera do Vale frequentava a Primeira Divisão do Paranaense. Reformada este ano, a agremiação luta agora para não ser excluída.
"Infelizmente, o clube foi abandonado. Estamos tentando voltar, com tudo certinho, dentro das regras. Nós nos defendemos e esperamos que a Federação entenda a nossa situação", afirma Fabiano Pohl, administrador provisório do Iguaçu, que deve convocar eleições até o final do mês.
Outro envolvido é o Andraus. O presidente da instituição, Nadim Andraus Filho, se defende: "Nós pedimos licença por dois anos e disputamos as categorias de base. Está tudo certo". Reconhecido pela formação de atletas, o clube de Campo Largo está sendo representado pelo advogado Domingos Moro.
A maioria dos denunciados, no entanto, não se apresentou. E se a indiferença persistir, a depuração administrativa significará um corte importante. Atualmente, 75 clubes e ligas (entre amadores e profissionais) estão em condição regular.
A atitude da FPF pretende também brecar uma prática comum no futebol. Equipes amadoras fazem o registro como profissionais apenas para "prender" os jogadores com contrato vínculo que não existe no amador mas acabam não concorrendo na categoria. "Eu dei um prazo de carência para esses clubes disputarem o profissional, como foi o caso do Junior Team, do PSTC, que passaram a jogar os campeonatos", diz Cury.
O dirigente aproveita ainda para rechaçar uma insinuação que cercou o processo. De que seria uma maneira de a entidade incrementar a arrecadação, já que os clubes expulsos teriam de se realizar nova inscrição, ação que custa cerca de R$ 50 mil. "Quem fala isso é a pessoa despreparada, inconsequente, irresponsável, que não conseguiu manter o clube nas regras do jogo".
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