Se durante a Copa do Mundo o treinador Luiz Felipe Scolari insistiu em recorrer a uma psicóloga para ajudar no preparo da seleção brasileira, quatro meses depois os mesmos jogadores atacam a metodologia do ex-técnico.
"Nem sei qual é a função de um psicólogo", declarou o volante Fernandinho, que esteve com Felipão na Copa e foi mantido no grupo com a chegada de Dunga. O meia Oscar também alerta: o que mais funciona não é um psicólogo, mas gols e vitórias em campo.
Na terça-feira, em Viena, o Brasil faz seu último amistoso do ano, contra a Áustria, e a sexta partida desta segunda passagem de Dunga pela seleção. A meta de todos é o de começar a resgatar a imagem do futebol brasileiro e, para isso, a comissão técnica, jogadores e Dunga estão de acordo: precisam vencer "todos os jogos".
Fernandinho, que foi convocado em três dos cinco jogos de Dunga, é um dos que mais criticou o uso de psicólogo no time. "Eu nem falei direito com ela", disse, em referência aos encontros com Regina Brandão antes e durante a Copa do Mundo. "O trabalho emocional é o que sempre fazemos, que é vencer. Não há um trabalho específico."
Para Oscar, que foi um dos jogadores mais abalados emocionalmente depois do vexame da Copa, "não há coisa melhor que gols e vitórias". "Ficamos mais feliz e nossa cabeça está cada vez melhor", declarou.
Na Copa do Mundo, Felipão se mostrou preocupado diante do impacto emocional na seleção da cobrança no Brasil e de atuar em casa num Mundial. Jogadores choravam ao cantar o Hino Nacional e às vezes não continham a emoção mesmo durante o jogo. Na disputa de pênaltis contra o Chile, o então capitão Thiago Silva chegou a pedir para não entrar na lista de batedores por não se encontrar mentalmente bem para o desempate do jogo.