Você já pensou em mudar o rumo da carreira aos 51 anos e buscar uma nova profissão? Foi o que fez Robson Gomes. Preparador físico de sucesso, com mais de 20 premiações coletivas e 20 individuais, ele decidiu seguir a carreira de treinador, indo atrás do exemplo de outros profissionais com quem trabalhou, como Enderson Moreira, Gilson Kleina e Ricardo Drubscky. Algo que exige muito estudo e atualização mesmo para quem já é formado na área.
Filho do comentarista esportivo Valmir Gomes, da Rádio CBN, Robson já passou pela dupla Atletiba, entre outros trabalhos no Brasil e no exterior, mas ganhou destaque recentemente após os sete anos de trabalho no Goiás. Foi fundamental para o bom desempenho do hoje rubro-negro Walter, por exemplo. Um rendimento no centro-oeste que o levou a ter um alto salário, mas no final de 2014 deixou insustentável a sua permanência no Esmeraldino.
“Eu já tinha a formação como treinador na década de 90, sou credenciado pelo Conselho Regional de Educação Física (CREF). Incentivado por amigos, resolvi investir mais nessa área agora. Outros treinadores já tinham me convidado para ser auxiliar-técnico e não tinha dado certo. Esse ano foi muito importante para eu analisar mais o futebol de forma técnica e tática”, relata Gomes.
Apesar da idade mais avançada para iniciar a profissão, o preparador físico vê esse como o momento ideal para o novo rumo na carreira. “Tem surgido técnicos bem novos, com bastante informação. Mas vejo o meu momento de maturidade profissional, em que posso aliar o conhecimento teórico com o prático”, conta Gomes, garantindo que o salário mais alto dos técnicos foi a última das suas motivações.
A experiência profissional de mais de 30 anos e o bom relacionamento no meio de futebol o levaram recentemente a um período de experiência no Atlético de Madrid e no Barcelona. Sempre buscando estudar cada vez mais, tentou participar do curso C da CBF para treinadores, que custa cerca de R$ 5 mil por duas semanas, mas foi informado que pelo currículo deveria procurar direito o curso A, que custa R$ 10 mil. A prova de que a busca incessante de conhecimento, fundamental para qualquer profissional, não é barata.
Várias pessoas diferentes, que não se conhecem, vieram me falar sobre essa possibilidade de eu ser treinador. O futebol de repente está me chamando para eu continuar ajudando em outra função. Espero que dê tudo certo.”