Responsável por montar fortes times do Paraná nos anos 2000 e contratado a peso de ouro pelo rival Coritiba em meados de 2006, o olheiro Will Rodrigues abandonou o futebol. Há cerca de dois anos, deixou de lado o garimpo de boleiros para atuar como gerente de uma empresa do ramo de transportes.
“As coisas não estavam dando certo. Aí surgiu a oportunidade na transportadora e agarrei. Estou bem e em princípio não quero voltar para o futebol”, garante.
Aos 39 anos, Will dedicou oito deles à função de olheiro. Entre 2003 e 2006 foi parceiro de Durval Lara Ribeiro, o Vavá, atual superintendente de futebol do Paraná, na construção dos elencos tricolores. Época em que o time fez história no Brasileiro.
Em 2005, chegou na 7.ª posição. No ano seguinte, foi 5.º colocado e conquistou o histórico passaporte para a Libertadores. “Sempre tive bom relacionamento com o Vavá, mas a montagem de 2006 foi o nosso auge”, relembra.
Enquanto o Tricolor embalava na Série A daquele ano, a fama de Will percorria a capital. Em agosto, o Coritiba apostou — e investiu — alto para tirar o olheiro do rival. A passagem pelo Alto da Glória foi curta e sem sucesso.
Ainda no primeiro semestre de 2007, Will retornou para o Tricolor. Desta vez, sem brilhar. “A questão financeira atrapalhava. Descobríamos os jogadores, mas não tínhamos o dinheiro para trazê-los. Era impossível montar uma grande equipe”, justifica.
O observador deixou o Tricolor em 2010 e se aventurou no Dínamo Zagreb, da Croácia. A passagem pelo Velho Continente foi relâmpago, mas o suficiente para que Will indicasse o meia Samir, revelado pelo Atlético, para o clube croata.
O sucesso do meia foi tão grande que Samir naturalizou-se e, em 2014, defendeu a Croácia na Copa. “Em seguida retornei para o Brasil, recebi algumas sondagens, uma inclusive do Atlético. Tive o nome indicado, mas não deu certo. Aí veio a transportadora.”
Will segue acompanhando o mundo do futebol, mesmo à distância. O retorno de Vavá ao Paraná neste ano seduziu o garimpeiro a reeditar a parceria. “Com a volta dele houve essa especulação. Eu disse que estava aberto para voltar. Mas, infelizmente, não deu certo também. A gente gosta de trabalhar no futebol”, lamenta.
“Hoje, pela distância, acabo acompanhando o futebol com outros olhos. Não vejo mais os jogos como se fosse um olheiro”, complementa Will.
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