Pivô do escândalo que causou a eliminação do Paulista da final da Copa São Paulo de Futebol Júnior por atuar com documentos falsos, o zagueiro Heltton falou pela primeira vez sobre o caso. Após dias desaparecido, o atleta se mostrou arrependido e pediu perdão.
“Fiquei assustado, porque não sabia que isso iria repercutir de uma forma mundial. Fui tratado como um bandido porque o sentimento que eu estava é de que tinha cometido um delito, um sequestro. Tive que ficar quieto, trancado, preso, mas sabendo do meu equívoco e estou aqui para me retratar”, disse em entrevista à Rádio Jovem Pan.
Heltton Matheus Cardoso Rodrigues possui 22 anos e disputou a Copa São Paulo com a identidade de Brendon Matheus Lima dos Santos, de 19 anos. Após uma denúncia do Batatais, que havia sido eliminado pela própria equipe de Jundiaí nas semifinais, a Federação Paulista de Futebol optou pela exclusão do Paulista.
O zagueiro negou que tenha parentesco com Brendon, que cumpre prisão por roubo e tráfico de drogas. “Não (sou parente), sou só amigo”, revelou.
Presidente do Audax, Vampeta voltou a afirmar que dará uma oportunidade para Heltton. “Agora ele vai recomeçar. Lá tem 25 a 30 meninos com o mesmo sonho. Lá ele vai ter que buscar o espaço dele. Nós demos alojamento e contrato, é o que podemos fazer. Não somos empresários para cuidar da carreira dele, cada um com a sua área, eu sou o presidente de um clube e ele está tendo uma nova oportunidade de recomeçar. Já vai assinar contrato, independente da punição, vamos tentar fazer a defesa, ele já vai treinar e receber”, falou em entrevista à Rádio Jovem Pan.
Natural de São Gonçalo-RJ, o jogador disse que cometeu o “gato” para dar um futuro melhor para seus familiares. “Eu fiz aquilo em prol de dar uma velhice digna para meus pais. Eu escolhi o futebol porque era o meu sonho, não fiz da forma certa, mas foi com o intuito de ajudar minha família”, contou.
Sem querer falar sobre uma suposta ajuda de terceiros para cometer a falsificação, Heltton pediu desculpas para o Paulista. “Fui eu que tramei tudo, foi tudo culpa minha. Queria pedir perdão ao clube que abriu as portas e aos atletas, porque só quem estava lá sabe o que a gente passou. Não vai ser meu erro que vai apagar a história do Paulista, porque o Paulista é muito maior do que eu.”
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