Depois de 37 anos, o Londrina voltou a conquistar um título nacional ao derrotar o Atlético-MG na decisão da Primeira Liga. O LEC havia sido campeão da Série B, em 1980, na época chamada de Taça de Prata. Foram os anos de glória do clube, que chegou a ser semifinalista do Brasileirão em 1978, quando foi eliminado justamente pelo Galo. Mas o sucesso retornou desde que o gestor Sérgio Malucelli assumiu o futebol do clube em 2011.
Na época, o Tubarão enfrentava dificuldades financeiras e na Segunda Divisão do Paranaense e, por pouco, não decretou falência. Junto com Cláudio Tencati, técnico mais longevo do Brasil, Malucelli levou o Londrina ao título Paranaense, em 2014, subiu o clube da Série D para a B do Nacional e, agora, confia no acesso à Série A.
TABELA: Veja a classificação e os jogos da Série B
Em entrevista à Gazeta do Povo, o gestor do Londrina fala sobre os planos para o futuro, revela a torcida pelo acesso do Paraná e critica Atlético e Coritiba por causa das cotas de televisão no Paranaense.
Gazeta do Povo: Qual a importância do título da Primeira Liga para o Londrina?
Sérgio Malucelli: Primeira conquista nacional do Londrina depois de 37 anos para a cidade. Só isso já resume a importância. Não é fácil conquistar um título desses. Ele coroa um trabalho que estamos fazendo todos esses anos. E foi em uma competição que entramos aos 49 do segundo tempo [o Londrina iria participar da Primeira Liga apenas em 2018, mas foi convidado de última hora após a desistência de Coritiba e Atlético].
Duas semanas atrás você afastou os jogadores Celsinho, Rafael Gava e Telo. Você disse que iria voltar a ter pulso firme, que este ano você tinha soltado as rédeas e que não deu certo. A atitude influenciou na conquista?
Não sei se foi isso. Mas a cultura do brasileiro é diferente. Aqui se você deixar o jogador sem concentração, não funciona. É diferente da Europa que os jogadores tem mais consciência. Aqui você tem que estar sempre em cima. Chega uma hora que cansa, mas é necessário. E eu vou manter dessa forma.
Como estão as negociações para a realização da Primeira Liga em 2018?
Ainda não sabemos. O calendário do ano que vem está apertado por causa da Copa do Mundo. Mas de qualquer forma, na história da Primeira Liga nós somos o segundo campeão.
O título também coroou o trabalho do técnico Claudio Tencati. Neste ano, ele sofreu pressão da torcida por resultados ruins e você o manteve no cargo como sempre. Como é sua relação com o Tencati?
É o treinador que eu confio. O Tencati está comigo há nove anos, desde a época que nós estávamos no Iraty. É um cara sério. Não adianta mandar embora porque perdeu dois ou três jogos. Por isso tem tantos clubes quebrados no Brasil. Eles estão pagando salário de dois, três técnicos sempre. Por isso que se você ceder a pressão da torcida e imprensa não vai dar certo. Ele vai continuar sendo nosso técnico. Nós não temos contrato de tempo, nosso contrato é na palavra.
E quais são as ambições do Londrina a curto prazo?
Nosso projeto para esse ano ainda subir. Enquanto tiver uma esperança, eu acredito. Na hora que não der matematicamente, vamos buscar o acesso no próximo ano. E será assim até subir.
Como estão as negociações para as cotas de televisão para o Paranaense 2018?
Ainda não começaram. O primeiro arbitral é na semana que vem. Mas no Paranaense nós temos um problema muito serio porque Atlético e Coritba querem fazer diferente de todo mundo. O que eles sofreram no Brasileiro e na Primeira Liga, que eles alegam sobre igualdade de valores, eles acabam fazendo o mesmo aqui. Enquanto houver essa diferença todo mundo perde. Acho que eles estão completamente equivocados sobre o Paranaense. O que Atlético, por exemplo, ganha se não for o Estadual?
E a rivalidade dentro de campo que voltou a crescer com os clubes da capital, principalmente com o Paraná. Como você vê?
Tem que ser uma rivalidade sadia. Nós torcemos por eles. Hoje mesmo, estou torcendo para o Paraná na Série B. Eles estão fazendo uma grande campanha. Fizeram um jogo que teve mais público que o Atlético na Arena da Baixada.
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