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| Foto: YASUYOSHI CHIBA/AFP

Os furtos que têm sido registrados no Maracanã, e que incluíram até mesmo o busto do jornalista Mario Filho, que dá nome ao estádio, eram uma preocupação que vinha desde o primeiro semestre do ano passado. É o que demonstra um documento de 15 de junho de 2016 encaminhado pela concessionária que administra a arena ao governo do Estado e ao Comitê Rio-2016. Segundo a Maracanã S. A., o acervo era de responsabilidade do Estado.

Logo em sua primeira página, a carta pedia a “designação de servidor e adoção de providências concretas” para a retirada do material. O documento lembra que o Maracanã estava cedido de modo exclusivo ao Comitê Rio-2016 desde 1.º de março do ano passado e, de acordo com o Termo de Autorização de Uso (TAU), todas as áreas do estádio eram de responsabilidade do Rio-2016. Mas, no item IV, alerta que “o acervo histórico e outros bens de titularidade da Suderj (Superintendência de Desportos do Estado do Rio) permanecem guardados, durante o contrato, em algumas salas da área cedida, sob a responsabilidade da Suderj”.

A carta relata “sucessivas solicitações” da concessionária à superintendência para retirada do material. Segundo o documento, apesar dos pedidos o órgão “não cuidou de retirar o acervo histórico composto por um conjunto de bens” e nem mesmo indicou um servidor para tal. E faz um alerta: “A demora na adoção das providências poderia causar danos irreparáveis ou de difícil reparação ao acervo histórico, que tem alto valor cultural e patrimonial para a sociedade brasileira”.

O documento está registrado no 1.º Ofício de Registro de Títulos do Rio de Janeiro, e informa ainda que, naquele 15 de junho, as chaves dos locais que abrigam o acervo do Maracanã haviam sido entregues na Suderj.

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