Entenda
Invasão militar russa é a fonte de preocupação
A crise na Ucrânia teve início em novembro de 2013, depois que o então presidente Viktor Yanukovich decidiu não assinar um acordo de cooperação com a União Europeia, dando preferência à Rússia. O povo não concordou e foi às ruas. A reação violenta do governo deu força ao movimento. Após meses de manifestações, o parlamento decidiu pela deposição do chefe do Executivo em fevereiro. Yanukovich fugiu para a Rússia. Enquanto o Ocidente tratou como legítima a troca no poder, os russos entenderam como um golpe de estado. O presidente Vladimir Putin alegou que havia ameaça aos cidadãos de etnia russa que vivem na Crimeia e conseguiu do congresso autorização para a entrada de tropas na região. Apoiado em referendo, o governo da Crimeia se declarou independente da Ucrânia e a região pediu para ser anexada à Moscou. A proposta foi aceita e militares russos entraram na Crimeia. O principal receio é que a expansão no país vizinho continue.
35
Giuliano é apenas um dos 35 brasileiros que atualmente jogam por equipes ucranianas. Na lista, há outro curitibano Marlos, meia revelado pelo Coritiba, que defende o Metalist além de conhecidos da torcida paranaense, casos dos ex-atleticanos Márcio Azevedo (também do Metalist) e Rafael Santos (Arsenal de Kiev).
Em meio a um cenário de guerra iminente, a cerca de 11 mil km de distância de casa e da família a mulher e a filha de três meses seguem no Brasil por questão de segurança , o meia curitibano Giuliano, de 23 anos, tenta manter uma rotina comum enquanto defende o FC Dnipro Dnipropetrovsk, da Ucrânia. "A gente fica preocupado com tudo isso [os desentendimentos entre Ucrânia e Rússia], mas até que nos digam o contrário, continuamos aqui, trabalhando e vivendo."
Revelado pelo Paraná, ele acompanha com preocupação as notícias sobre o conflito entre os países do Leste Europeu. Ligado na internet e na tevê local, ele pede auxílio aos companheiros de clube para entender a situação. Os mais otimistas acham que o pior já passou. Outros afirmam que o estado de alerta deve ser mantido. "Teve um jogo em que tinha pouca gente no estádio porque foi avisado para as pessoas não saírem de casa. Foi um período de grande tensão."
A cidade de Dnipropetrovsk, em que mora, fica entre a capital Kiev e a região da Crimeia, invadida por tropas russas no início do mês. Por causa da instabilidade política, a embaixada brasileira na Ucrânia até entrou em contato com o jogador. "Eles coletaram nossos dados e afirmaram que o país está em estado de alerta, pois existem chances reais de algo mais grave acontecer", revela, contando ainda que um plano de fuga está engatilhado pelas autoridades. A saudade da família é suportada por saber que ela está segura no Brasil. "É o que faz valer a pena o sacrifício", conta.
Giuliano é titular e peça importante do FC Dnipro, atualmente em terceiro no Campeonato Ucraniano, três pontos atrás do líder Shakhtar e com um jogo a menos do que o rival. No último sábado, as equipes se enfrentaram em Donetsk e o time do ex-paranista venceu por 2 a 0.
Em 2011, o Dnipro investiu 10 milhões de euros para tirar o meia do Internacional. Atualmente, tem mais um ano e oito meses de contrato com os ucranianos, que nem pensam em liberá-lo tão cedo. "Tive algumas propostas há pouco tempo [Flamengo e Grêmio foram alguns dos interessados em repatriar o atleta], mas o clube não aceitou me negociar, até pelo bom trabalho que tenho feito aqui", explica, disposto a estudar uma nova mudança de ares caso o clima continue quente na Ucrânia.
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