A culpa pela queda do avião que levava a Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana, no dia 29 de novembro, matando 71 pessoas, é do piloto Miguel Quiroga e da empresa LaMia. Essa é a conclusão a que chegou o governo boliviano, como resultado das investigações.
O anúncio foi feito pelo ministro de Obras Públicas do país, Milton Claros. O avião, que caiu perto de Medellín, na Colômbia, havia saído de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Para o ministro, houve uma “cadeia de erros” que culminou na tragédia.
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Na entrevista concedida nesta terça-feira (20), Claros ainda afirmou que serão abertos processos administrativos e legais contra funcionários da aviação colombiana, por “omissões apresentadas no episódio”, além de medidas penais contra representantes da empresa. O controle de tráfego aéreo do país também será reforçado para evitar novos acidentes.
Um dos alvos de ação judicial é Celia Castedo, funcionária do controle de tráfego aéreo que aprovou o plano de voo para Medellín mesmo com a autonomia de combustível do avião sendo igual ao tempo de percurso para o destino da aeronave – em claro e grave descumprimento das normas de aviação. O avião continha o mínimo de combustível necessário para realizar o trajeto, sem uma quantidade extra.
A falta de combustível é tida, ainda extraoficialmente, como principal motivo da queda. E foi justamente por não ter parado para o reabastecimento que o piloto Miguel Quiroga, uma das vítimas do desastre, foi apontado como culpado.
Cobrança
Horas antes das constatações do governo boliviano serem trazidas a público, o jornalista Rafael Henzel, um dos sobreviventes do acidente, cobrou punição aos responsáveis. “Aguardo ansioso para que a Justiça brasileira, o Ministério Público não deixem passar. Precisamos tomar providências. Não podemos ter um desastre aéreo assim. Que a Justiça consiga punir os responsáveis”, falou, ao canal SporTV. Ele recebeu alta do hospital na segunda-feira.