Na véspera de completar um ano da saída de Adriano Imperador do Atlético, a Gazeta do Povo relembra, em dez itens, essa relação tumultuada entre o candidato a ídolo e o clube paranaense. O “namoro”, no ano passado, durou apenas uma Libertadores. Da assinatura do contrato – treinou no clube quase dois meses antes disso – até a rescisão foram 61 dias. Com muita história para contar.
Contratação
Sem atuar desde 2012, o atacante Adriano chegou ao CT do Caju no dia 2 de dezembro de 2013 para se recondicionar fisicamente. A justificativa oficial, no entanto, mascarava um projeto já desenhado para que o Imperador atuasse pelo Furacão na Libertadores. No dia 11 de fevereiro, o clube confirmou a assinatura de contrato por um ano com o atacante, com salário fixo considerado baixo R$ 100 mil, mais ganhos extras por produção. A notícia gerou grande expectativa pela volta do jogador à ativa.
Marketing
O “projeto Adriano” foi desenvolvido e apresentado para o Atlético e o empresário do Imperador, Luiz Carlos Menezes, pela empresa paranaense de marketing esportivo ROI Esportes. Ela seria a responsável por capitalizar a presença de Adriano no CT do Caju, prometendo grandes ganhos financeiros ao clube com patrocínios atraídos pela fama de Adriano, venda de camisas e demais ações correlatas. Os patrocínios não vieram (inclusive com a promessa de um novo fornecedor de material esportivo) e não houve tempo hábil para capitalizar a presença de Adriano no clube.
Sumiço
Antes mesmo de assinar contrato, Adriano aprontou. A possibilidade de ser jogador do Atlético estava condicionada a uma disciplina rigorosa nos treinamentos, mas no dia 23 de janeiro o atleta não apareceu para treinar. Após uma folga geral, ele foi ao Rio de Janeiro, mas tinha que se reapresentar com os companheiros. Alegou querer estar próximo da filha recém-nascida, mas jornais cariocas trouxeram imagens e relatos da participação de Adriano em uma festa até o sol raiar. O clube agendou a reapresentação para dia 27, mas novamente ele não apareceu. Voltou apenas no dia 30 e não recebeu nenhum tipo de repreensão.
Foto
Durante o período em que esteve se condicionando fisicamente, Adriano foi surpreendido pela presença do ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, durante uma sessão de fisioterapia no CT do Caju. Uma foto registrou o aperto de mão do Imperador e do representante do governo que visitava o local de treinos do Atlético que receberia a Espanha durante a Copa do Mundo.
Estreia
Quanto Miguel Ángel Portugal chamou Adriano para entrar em campo, as arquibancadas da Vila Capanema – uma das casas provisórias do Atlético durante as obras da Arena da Baixada – quase vieram abaixo. O jogador ficou pouco tempo no jogo contra o The Strongest e nem sequer tocou na bola (tentou uma cabeçada, mas a bola passou raspando), mas foi o suficiente para despertar no torcedor uma ansiedade por dias melhores. Finalmente um ídolo para adorar.
Reclamação
Contra o Vélez Sarsfield, no jogo seguinte pela Libertadores, o Atlético havia acabado de tomar um gol quando Miguel Ángel Portugal chamou Adriano, com o jogo praticamente definido. O jogador foi flagrado pela transmissão da tevê balançando a cabeça e reclamando de entrar no jogo naquelas condições, com a pressão e o placar adverso.
Má influência
Aos poucos o estilo baladeiro de Adriano foi contaminando alguns jogadores do elenco. Jovens foram influenciados pela presença da estrela e acabaram sendo flagrados em baladas e festas na cidade. Os pratas da casa foram repreendidos pela mudança de comportamento. Adriano seguiu intocável.
Sub-23
Durante a disputa da Libertadores o Atlético tentava chegar à final do Campeonato Paranaense. Com uma ampla vantagem no placar conquistada no primeiro jogo da semifinal contra o Londrina (3 a 1 no primeiro jogo), poderia até perder que avançaria. A diretoria decidiu escalar Adriano no time sub-23 para dar mais ritmo de jogo. O atacante chegou a dar um passe para gol, mas foi completamente ofuscado pelo Tubarão, que jogou como nunca e venceu a partida por 4 a 1, se classificando para a decisão (e sendo campeão posteriormente).
Gol e rescisão
Goleador tem de marcar gols e Adriano não passou pelo Atlético sem deixar sua marca. No jogo que representou a eliminação do Furacão na Libertadores, em La Paz (Bolívia), contra o The Strongest, o Imperador marcou seu gol após um incômodo jejum de 773 dias sem marcar. O time da casa venceu por 2 a 1. Três dias depois o clube rescindiu contrato com o jogador, exercendo uma cláusula no contrato que previa o rompimento após a Libertadores. Nesta última quarta-feira (8), o Imperador completou mais um ano sem marcar novamente.
Arrependimento de Petraglia
Logo depois da saída do jogador, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, admitiu ter sido um erro contratar Adriano. “Cometemos um erro, uma presunção”, disse, em entrevista à hoje extinta rádio oficial do Furacão. O objetivo, segundo ele, era ajudar na recuperação do jogador, mas a presença dele prejudicou o clima do grupo. “Fomos um pouco pretensiosos em trazer o Adriano pela nossa estrutura, dando a oportunidade de ajudar esse moço a encontrar o caminho, mas foi pior. Se criou um clima de indisciplina de forma generalizada. Aquilo lá virou a casa da mãe Joana. Com a vinda desse moço, o ambiente que já não era muito satisfatório, piorou”, disse Petraglia à época.
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