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Federação Paranaense, presidida por Hélio Cury, terá de achar uma maneira de encurtar o Estadual | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Federação Paranaense, presidida por Hélio Cury, terá de achar uma maneira de encurtar o Estadual| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

O Campeonato Paranaense é inchado demais para caber no espremido calendário do futebol nacional de 2014. E a Federação já trabalha para mudar a fórmula da competição sem entrar em conflito com o Estatuto do Torcedor e os clubes.

Confira detalhes do calendário de 2014 e dos pedidos dos atletas

Divulgado na sexta-feira passada, pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o calendário da próxima temporada reserva 21 datas para os estaduais. São duas a menos do que neste ano e três a menos do que exige o atual regulamento do Paranaense, com 22 rodadas na primeira fase e duas partidas finais.

Em 2013, a Federação Paranaense de Futebol aproveitou datas das primeiras fases da Libertadores e da Copa do Brasil para encaixar as rodadas excedentes, a ponto de conseguir terminar o Estadual uma semana antes do previsto pela CBF. Para 2014, essa manobra não será possível.

Caso se mantenha na terceira posição do Brasileiro, o Atlético entrará em campo pela primeira fase da Libertadores em todos os meios de semana sem rodada do campeonato local. Caso o Furacão – ou o Coritiba, via Copa Sul-Americana – tenha de disputar a fase preliminar do torneio continental, será obrigado a jogar em duas datas previamente reservadas pela CBF para os estaduais.

Mesmo se o estado não tiver representante na Libertadores, o ajuste nas partidas da primeira fase da Copa do Brasil abriria apenas duas datas para o Paranaense.

"Não tem outra saída. Vamos criar uma fórmula", afirmou à Gazeta do Povo o presidente da FPF, Hélio Cury. "Vamos procurar quem é de direito, fazer um estudo dentro da Federação até o fim desta semana e convocar os clubes para o arbitral no início de outubro", complementou o dirigente, que considera ideal começar o Paranaense no dia 19 de janeiro, uma semana depois do previsto pela CBF.

Antes de ouvir os clubes, a FPF precisa de respaldo legal para alterar o sistema de disputa. O Estatuto de Defesa do Torcedor exige que o regulamento de uma competição seja mantido por no mínimo duas edições consecutivas. Neste ano os clubes tiveram a possibilidade de escolher um formato mais enxuto, mas preferiram manter a programação com 24 datas.

O próprio Estatuto, porém, prevê uma brecha para mudar regulamentos antes do previsto. Hipótese admitida no caso de "apresentação de novo calendário anual de eventos oficiais para o ano subsequente, desde que aprovado pelo Conselho Nacional do Esporte".

"O calendário e os regulamentos devem estar em constante evolução, motivo pelo qual a lei prevê situações em que possam ocorrer alterações. No próximo ano teremos a Copa e é natural que sejam feitos ajustes no calendário. Se o novo calendário foi aprovado pelo CNE, é possível a mudança", explica o advogado Adriano Pacheco, redator do Estatuto do Torcedor.

Convencer os clubes, especialmente os pequenos, será outra tarefa da entidade. Dirigentes ouvidos pela reportagem não foram unânimes quanto à mudança de regulamento, mesmo que seja legal. "Mudar o regulamento agora é uma maneira de matar um campeonato que já é curto e deficitário", diz o presidente de honra do J. Malucelli, Joel Malucelli. "Antes de mais nada, a CBF tinha de mudar o calendário, que vai assassinar os clubes que jogam o Brasileiro. Ao Paranaense, só resta se adequar ao calendário proposto", afirma o gestor do Londrina, Sérgio Malucelli.

Mesmo com a anuência dos times, a Federação terá de aceitar um Estadual esvaziado. O Atlético deve repetir a estratégia de escalar o Sub-23, enquanto o Coritiba já acena com a possibilidade de, ao menos nas rodadas iniciais, usar um time de garotos.

"Claro que a Federação gostaria de que todos jogassem, mas é uma prerrogativa dos clubes", conforma-se Cury.

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