Cena local
Com final, Paranaense vira o regional mais longo do país
Caso o Paranaense tenha os dois jogos da final, o campeonato terá 24 rodadas e será o estadual mais inchado do Brasil. Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo podem chegar a 23 datas. Isso que o Paulista tem 20 times, oito a mais do que o organizado pela Federação Paranaense de Futebol (FPF).
Bahia, Goiás e Santa Catarina terão no máximo 22 datas, enquanto Rio de Janeiro pode ter 21. Números bem superiores a Minas Gerais, o mais enxuto, com 15 jogos de cada equipe começa apenas em fevereiro. Uma diferença que não preocupa o presidente da FPF, Hélio Cury.
"É apenas uma data a mais [que os segundos colocados], não tem tanta diferença. Se fossem três, quatro rodadas a mais eu me preocuparia. E pode ser uma data a menos também", lembra, referindo-se à possibilidade de o mesmo time ganhar os dois turnos, dispensando a decisão.
Os principais estaduais exceção do Mineiro começam neste fim de semana, mas é como se não existissem. Ou quase isso. É que dos 20 times da Série A, Atlético e Coritiba entre eles, a metade não encara o início do regional como prioridade. Número que sobe ao se acrescentar à conta a dupla Bahia e Vitória, que escapou da primeira fase do Baiano por causa da disputa da Copa do Nordeste.
Ter uma pré-temporada maior, poupar quem está chegando agora ou priorizar a Libertadores são os motivos apontados para esse desprezo. Mais um sinal de que o calendário nacional, definitivamente, não atende as necessidades dos maiores clubes do país agenda que o presidente da CBF, José Maria Marín, já deixou claro que não pretende modificar.
Em São Paulo, estado mais rico do país, apenas o Santos, que busca o tetracampeonato, está com o foco totalmente voltado para a competição local. Apesar de garantir que não poupará jogadores, o São Paulo utilizará este início como treino de luxo visando a Pré-Libertadores estreia contra o Bolívar no dia 23, no Morumbi.
Já no Corinthians os titulares que atuaram no Mundial voltaram de férias só ontem e entram no Paulista apenas no dia 6 de fevereiro, na sexta rodada, ante o Botafogo de Ribeirão Preto. Isso também com o objetivo de preparar para a abertura do torneio continental, no dia 20/2, contra o San José, na Bolívia.
Grêmio e Atlético-MG também só têm olhos para a Libertadores. No caso do Galo, até o fim da primeira fase, no dia 21 de abril, o técnico Cuca deve escalar times mistos para o Mineiro. Isso que o Galo e o Cruzeiro só estreiam no dia 3 de fevereiro, com clássico de Belo Horizonte.
Diante da necessidade de aumentar a pré-temporada, outras equipes escalarão os reservas. É o caso de Fluminense, Náutico e Internacional, por exemplo. Já o Criciúma, que remodelou o time recentemente, priorizará a preparação física antes de definir quem começará o Catarinense.
Opção que ganha corpo no Paraná. O Atlético priorizou uma pré-temporada com um torneio na Espanha e disputará no mínimo o primeiro turno do Estadual com o sub-23. Já o Coritiba aumentou a sua preparação nas três primeiras rodadas uma equipe B entrará em ação. "Todos os times têm percebido a necessidade de uma pré-temporada maior. O índice de contusões é muito grande e os clubes têm prejuízos enormes com isso. O custo é elevado", lembra o presidente coxa-branca, Vilson Ribeiro de Andrade.
Do lado dos organizadores dos estaduais, o presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Hélio Cury, afirma entender a necessidade dos clubes, mas prefere puxar a sardinha para sua brasa. "A disputa maior hoje está no Estadual, onde o torcedor participa efetivamente e os três times da capital podem chegar ao título. No Nacional temos mais dificuldades", diz. "Além disso, o interior já tem dificuldades. Sem o Estadual, o que vai fazer? Coritiba, Atlético e Paraná são a motivação para os torcedores irem ao estádio", emenda.