Seria a final da Copa Sul-Americana-2016, mas a tragédia definiu que Chapecoense e Atlético Nacional só se enfrentassem em campo quatro meses depois, nesta terça-feira (4), às 19h15, na Arena Condá. Em disputa está a taça da Recopa continental, que pouco valerá pelo resultado, mas sim pelo reencontro de dois clubes unidos pela dor.
Chapecó jamais esquecerá a noite de terror de 28 de novembro de 2016 – quando perdeu sua equipe em um acidente aéreo nos arredores de Medellin, onde morreram 71 pessoas –, nem a dor daqueles dias negros. Não esquecerá também a solidariedade do adversário colombiano.
Não bastasse, o Atlético Nacional abriu mão do título da Sul-Americana, que foi confirmado pela Conmebol para a Chape. E como o clube colombiano foi o campeão da Libertadores 2017, quis o destino que os dois se encontrassem novamente na Recopa.
A partida de ida da final se transformou na desculpa ideal para que a cidade devolvesse todo o carinho que recebeu de uma equipe que já considera “irmã”. Até a prefeitura de Chapecó decretou feriado escolar. Ao som da música “Amigos para siempre”, os colombianos foram recebidos nesta segunda (3) na pista do aeroporto da cidade. Muitos torcedores foram até o local recepcionar a equipe com aplausos. A delegação recebeu medalhas e houve carreata até o hotel onde os jogadores estão hospedados.
Para que nenhum detalhe escapasse, a Chapecoense definiu o programa de homenagens com um empresa especializada.
No dia do jogo, será instalada uma área para os torcedores em uma praça da cidade, que convocou os 200 mil habitantes da região para lotarem as ruas. Os 20 mil ingressos para a partida estão esgotados.
Em um clube assolado pela emoção, é fácil esquecer que a partida de terça-feira valerá um titulo oficial e continental, algo impensável para a Chapecoense há sete anos. Uma mensagem que o técnico Vágner Mancini tenta passar a seus jogadores.
“Será um jogo de manifestações, homenagens justas, mas principalmente é preciso encará-lo como a decisão de um campeonato”, afirmou.