O técnico Emerson Leão mostrou nesta quarta-feira (2), após a derrota do São Paulo para a Ponte Preta em Campinas, que não gostou da decisão da diretoria de tirar da concentração o zagueiro Paulo Miranda, afastado por deficiência técnica. O treinador tentou ser polido nas palavras, mas não escondeu o descontentamento. Ainda assim, não contestou a atitude de seus superiores.
"Isso é desagradável, sim. O grupo ficou chateado, isso é uma coisa nova. Pegou todo mundo de surpresa e eu também", disse Emerson Leão, que apontou o presidente Juvenal Juvêncio pela decisão. "A diretoria é soberana. O presidente é soberano."
De acordo com o treinador, ele não teve qualquer participação no afastamento de Paulo Miranda. "Isso foi uma decisão da diretoria. Se ele estivesse na concentração, estava escalado. Eu só escalo quem está comigo na concentração. O Paulo, infelizmente, não estava disponível para mim."
Leão explicou que a decisão foi comunicada primeiro e ele e só depois ao zagueiro. "Isso foi antes da escalação, foi antes de chegarmos aqui (em Campinas), foi na hora do almoço. Me chamaram e disseram que iam tomar uma atitude. Depois chamaram e conversaram com o jogador."
Mostrando-se perdido com a situação, Leão afirmou que não sabe o que será feito com Paulo Miranda. "A diretoria veio com a decisão tomada, afastou ele até segunda ordem. Não sei até onde vai a segunda ordem, o que vai acontecer. O que eu sei é que ele foi separado da concentração e não veio a Campinas."
Considerado pela torcida vilão da derrota para o Santos, que culminou com a eliminação na Copa do Brasil, depois de fazer o pênalti do primeiro gol e falhar feio no segundo, Paulo Miranda recebeu a solidariedade do grupo. "O time estava abatido, chateado. O (Luis) Fabiano disse que todos nós fomos culpados e isso é verdade. O futebol é um esporte coletivo."
Sem Paulo Miranda, o treinador foi obrigado a escalar Edson Silva no time titular. Com isso, Rhodolfo, acostumado a jogar pela esquerda da defesa, passou para a direita. E foi exatamente num erro de posicionamento dele que nasceu o gol de Roger, o da vitória da Ponte Preta.