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Vários representantes da classe artística lamentaram a morte do ator Cláudio Marzo, aos 74 anos, neste domingo, no Rio, e relembraram trabalhos que em participaram juntos na televisão e no cinema. “Trabalhamos juntos na novela ‘A moreninha’, lá no começo da Globo, em 1965, e depois em ‘Quem ama não mata’ (minissérie de 1982, também da Globo), que foi um grande sucesso. Estivemos juntos algumas vezes na casa do (dramaturgo e novelista) Bráulio Pedroso, que era muito amigo dele e meu também”, disse a atriz Marília Pêra, segundo a qual “Claudio era quietinho, mais introspectivo, uma pessoa maravilhosa.”

A atriz recordou outras perdas recentes. “Tantos homens maravilhosos da minha geração estão morrendo, o Wilker (José Wilker, que morreu em abril de 2014), Carvana (Hugo Carvana, falecido em outubro passado). Amigos queridos. Os atores de minha geração precisam parar de morrer!”, afirmou.

A atriz Natália Timberg expressou que tivera “o prazer de cruzar com ele” na primeira novela que fez na Globo, ‘Um rosto de mulher’, em 1965. “Depois trabalhamos em ‘Pantanal’ (Rede Manchete). É um colega de quem tenho as melhores lembranças, tinha um talento muito grande. Um ator que amadureceu muito bonito, era uma figura forte, bonita, uma presença marcante”, afirmou.

“É um dia muito triste. Devo muito da minha carreira a Claudio Marzo. Quando estreei, na novela O ‘Espigão’, em 1974, ele me recebeu com uma cortesia que só um ser humano de primeira categoria tem”, declarou o ator Tonico Pereira à Globonews. Ele lembrou de trabalhos com Marzo no cinema. “Fizemos ‘A lira do delírio’ (de Walter Lima Jr.)”, disse. E que recentemente estiveram internados no mesmo hospital. “Há uns sete meses, estávamos internados no mesmo hospital, em quartos próximos. Um dia fui andando até o quarto dele, nós conversamos. No segundo dia, ele não me reconheceu. Fiquei meio desarvorado com a possibilidade de ele não me reconhecer”, comentou.

Também a atriz Regina Duarte relembrou parcerias com o ator. “Fizemos par romântico em quatro novelas. Tínhamos uma química muito especial, havia um entendimento tácito entre nós. Ele era muito agradável, muito expressivo”, disse a atriz, em entrevista para a Globonews. “Recentemente o visitei no hospital, não conversamos, só senti um brilho no olho dele. Ele viveu intensamente. Hoje, quando soube, pensei: ‘que bom que ele descansou, porque estava muito difícil para ele’. Era fantástico trabalhar com ele”, disse.

Marzo estava internado desde o início de março e foi vítima de um enfisema pulmonar. Segundo a assessoria de imprensa da Clínica São Vicente, o corpo do ator será cremado, respeitando um pedido feito por Marzo a seus filhos. Ainda não há informações sobre o velório e a cerimônia de cremação. Seu último trabalho na televisão foi em 2008 na série “Guerra e Paz”, da Rede Globo.

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