A disputa pelo poder torna cada vez mais tenso o clima dentro da Império Alviverde, principal torcida organizada do Coritiba. O incidente mais recente ocorreu no último fim de semana, quando o torcedor Ronald Barbosa Nunes levou um soco do presidente da Império, Reimackler Alan Graboski, em uma das paradas de ônibus do grupo no retorno de Londrina.
A vítima prestou queixa na Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe). Reimackler justificou a agressão alegando que estava sendo difamado. Com a repercussão do caso, os dois conversaram, entraram em consenso e Nunes tentou retirar a queixa, o que foi negado, pois a ação só pode ser realizada diante de um juiz.
O grupo alviverde está dividido entre situação e oposição. O racha se estabeleceu de vez nas eleições presidenciais do clube, no ano passado, que colocou em lados opostos apoiadores de Vilson Ribeiro de Andrade e Rogério Bacellar, vencedor no pleito.
A divisão interna preocupa a polícia. “O problema da Império é a luta pelo poder. Um grupo quer assumir e tirar os atuais mandatários e isso acaba gerando o conflito”, analisa o delegado da Demafe, Clóvis Galvão. Ele lembra que o “Bonde do Terror” – grupo de 12 torcedores presos há quase dois meses e que responde o processo em liberdade por brigas e danos ao patrimônio público – é um grupo dissidente da Império.
Os conflitos de integrantes da organizada ocorrem principalmente entre os que são de bairros diferentes. “Briga o pessoal que mora no Jardim da Ordem contra os caras que moram no Tatuquara, por exemplo. Dia de clássico começa a dar briga às 10 horas da manhã”, diz Galvão.
Durante toda a terça-feira (14), a reportagem procurou o presidente da Império, que manteve o telefone desligado. Na sede da entidade, a informação é de que apenas ele poderia falar pela organizada.
A situação não é exclusiva da torcida do Coxa. No Atlético, existe o conflito de dissidentes da Fanáticos com membros da uniformizada. “É uma briga entre o pessoal do Sítio Cercado, que já tinha sido expulso na outra gestão, com um pessoal de comando de bairro. Isso não nos agrada, mas sabe como é essa piazada entre 16 a 24 anos”, lamenta o presidente da Fanáticos, Adilson Pereira. “Não estou no meio da rua e não posso evitar as confusões. Mas dentro do estádio, na sede, estou presente e jamais vai acontecer”, emenda.
A atuação das autoridades para evitar confrontos rubro-negros é mais efetiva. “No estádio a gente divide, faz cordão de isolamento, coloca em locais distantes. Se deixar junto tem confusão na certa”, diz o delegado Galvão, destacando a divisão realizada entre Fanáticos e Ultras, outra organizada rubro-negra e que recebe dissidentes da Fanáticos.
Segundo Galvão, ainda não houve registro de brigas internas na Fúria Independente, organizada do Paraná.
Questionado sobre como está se prevenindo de possíveis confusões no estádio, o Coritiba disse, via assessoria de imprensa, que “o clube coloca à disposição uma estrutura de segurança que envolve, além do policiamento, também profissionais qualificados, tecnologia e um Juizado Especial Crimina dentro do Couto Pereira para resolver as ocorrências”. O Atlético não atendeu aos pedidos para falar sobre o assunto.
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