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No Coritiba, Caio Jr foi supervisor de futebol entre 2000 e 2001. | katie muller/katie muller
No Coritiba, Caio Jr foi supervisor de futebol entre 2000 e 2001.| Foto: katie muller/katie muller

Dentre as 71 vítimas fatais na queda do avião que levava a Chapecoense para Medellín, na Colômbia, nesta terça-feira (29), o técnico Caio Júnior era o mais ligado ao estado do Paraná. Natural de Cascavel, Luiz Carlos Saroli — nome de batismo do treinador — faleceu aos 51 anos. Caio deixou esposa e dois filhos.

Revelado pelo Grêmio, o ex-atacante atuou por Vitória de Guimarães, Estrela da Amadora e Belenenses, em Portugal. No Brasil, jogou por Internacional, Novo Hamburgo, além de clubes de menor expressão. E entrou para a história no Paraná. Em 1997, anotou os dois gols do pentacampeonato estadual tricolor, diante do União Bandeirantes.

Antes de abraçar a carreira de treinador, Caio Jr foi dirigente. Entre 2000 e 2001, foi supervisor de futebol do Coritiba. Em sua gestão, o Coxa foi finalista da Copa Sul-Minas de 2001, quando perdeu para o Cruzeiro, e semifinalista da Copa do Brasil.

Caio Jr comandou o Paraná em 2006 na classificação à Libertadores.ROGERIO MACHADO/Gazeta do Povo

Em 2002, ao assumir de emergência como técnico nas últimas rodadas, livrou o clube do rebaixamento. Já em 2006, como treinador, conduziu o Tricolor ao maior feito de sua história: a classificação para a Taça Libertadores de 2007. Como treinador, sempre impondo um estilo educado, calmo e didático, comandou também Cianorte, Londrina, Gama, Palmeiras, Goiás, Flamengo, Botafogo, Grêmio, Bahia, Vitória, Criciúma, além de equipes do Japão, Qatar e Emirados Árabes.

O falecimento de Caio Júnior deixou rastro de dor e luto em familiares, amigos e colegas de trabalho. “Eu conversei com ele várias vezes, sobre várias coisas. No final, no último momento antes de a gente se separar, indo para o aeroporto, foi diferente. Agora é fácil falar, mas eu tinha sentido que tinha sido diferente”, comentou Matheus Saroli, filho de Caio, em entrevista à RPC.

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Matheus apenas não embarcou na mesma aeronave porque esqueceu o passaporte. “Vai ficar esse vazio. Na verdade, esses dias ele deu uma entrevista, até falando isso: que se morresse, ia em paz. Ele estava feliz”, complementou Matheus.

Ao longo de toda a terça-feira, pessoas próximas visitaram a casa da família de Caio, em Curitiba. “É um fato que nos faz refletir sobre a vida, valorizar mais o que deve ser valorizado”, refletiu Marcelo Lipatín, empresário de Caio.

“O momento é muito difícil. Ainda mais para a família”, disse o ex-jogador Ricardinho, em entrevista à Rádio Banda B. Eles atuaram juntos no Paraná em 1997. “Quando eu iniciava, ele estava para parar. Então criamos uma afinidade”, relembra.

Imprensa

Após terminar a carreira de atleta, Caio também trabalhou na imprensa. Antes de assumir o Paraná, em 2006, fazia parte da equipe da Rádio Banda B. “Era um cara fantástico. Nunca nos separamos, nunca deixamos de nos comunicar. Eu perdi um familiar em um desastre e a sensação que tive agora com o Caio foi a mesma. A perda de um familiar”, diz o ex-jogador Barcímio Sicupira, amigo e colega de Banda B.

Uma das últimas pessoas a ter contato com Caio, o assessor de imprensa Adriano Rattmann relembra o estado de espírito do treinador instantes antes do desastre. “Ele estava no momento de maior confiança”, lamenta o jornalista.

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