Quando topou trocar parte do pagamento de Neymar por dois amistosos contra o Barcelona, o Santos pensou na exposição internacional, mas não contava que fosse passar vergonha. Nesta sexta-feira, quando Neymar e Messi jogaram juntos pela primeira vez, o time catalão foi um relógio quase perfeito. A cada sete minutos, criou uma chance clara de gol. Como o argentino perdeu três e o brasileiro colocou uma bola no travessão, a conta foi 8 a 0 no Camp Nou.
Completamente dominado, o Santos não chegou à área adversária no primeiro tempo, até criou três chances no segundo, mas não conseguiu parar a intensa troca de passes do Barcelona. Na primeira partida com força máxima, o time espanhol, agora treinado pelo argentino Gerardo Martino, voltou a mostrar a mesma característica encantadora da época de Pep Guardiola e deu um show memorável para ganhar o Troféu Joan Gamper.
Messi começou como titular, mas Neymar só entrou no intervalo, quando o jogo já estava 4 a 0. Os dois atuaram juntos por 16 minutos e trocaram passes apenas uma vez. O brasileiro deu uma assistência para Fábregas, bateu o escanteio que acabou com gol de Adriano e colocou uma bola no travessão.
Depois de levar 8 a 0, o Santos volta ao Brasil para, na quarta-feira, encarar o clássico com o Corinthians, time que lhe aplicou a maior goleada de sua história: um 11 a 0, em 1920. A partida será válida pelo Campeonato Brasileiro.
O jogo
Conhecido pelo futebol do tic-tac, o Barcelona foi um relógio quase perfeito e decidiu que faria um gol a cada sete minutos. Só não conseguiu cumprir a "meta" porque Messi perdeu três chances claras.
A contagem começou aos sete minutos. Pedro tentou o passe em profundidade, a bola desviou em Rafael Galhardo e chegou do jeito que Messi queria. O craque driblou Aranha e empurrou para o gol vazio. Um minuto antes, Pedro havia perdido gol na cara do goleiro, depois de belíssima tabela com Sanchez dentro da área.
Léo atrapalhou o relógio catalão e antecipou o segundo gol. Aos 11, Daniel Alves recebeu nas costas dele e cruzou. O lateral tentou tirar e mandou de coxa, encobrindo Aranha. Pelo menos fez um golaço, para não sair da rotina do time da casa.
Quando o cronômetro chegou aos 21 minutos era hora de o Barcelona fazer mais um gol. O Santos ajudou saindo errado. Messi recebeu mano a mano com Edu Dracena e só rolou para Alexis Sánchez, que deu um tapa no canto esquerdo de Aranha.
Basta conhecer a tabuada para saber que aos 28 minutos era a vez do quarto gol. De Sánchez para Alba e do lateral para Pedro, livre no meio da área, empurrar para as redes, já sem goleiro.
Na tentativa de marcar o quinto, o Barcelona fez graça aos 35 minutos. Rodou a bola como quis na frente e dentro da área santista até que Iniesta deu um passe de gênio para Messi, com uma cavadinha que encobriu o pobre Rafael Galhardo. O argentino, porém, estragou o compasso. Livre, bateu fraco, em cima de Aranha.
A nova tentativa atrasou um minuto. Foi aos 43, desta vez depois de uma troca de passes ainda mais incrível. O lance acabou quando Daniel Alves cruzou na área a atordoada defesa santista deixou Messi e Pedro livres. O argentino cabeceou, mas novamente sem força, nas mãos de Aranha.
Passados 45 minutos de jogo, o Santos só havia assistido ao Barcelona jogar. Nenhum santista sequer conheceu a área em que estava Valdés. Thiago Ribeiro, que estreava, mal tocou na bola e saiu aos 34, para entrar Willian José. Nas contas de time da casa, a posse de bola catalã foi de 67%.
Para o segundo tempo, os dois times, juntos, mudaram 14 jogadores. Neymar entrou no lugar de Pedro e passou a jogar ao lado de Messi pela primeira vez. O relógio, porém, não atrasou. Aos 7 minutos, lá estava Fábregas, para receber o passe de Sánchez e bater para o fundo das redes, fazendo o quinto gol.
O que era para ser o sexto atrasou um pouco. Aos 15 minutos, Messi saiu na cara de Vladimir. Tentou fazer o de sempre, dando uma cavadinha para encobrir o goleiro. Mas o santista já sabia do truque, esticou a mão e pegou.
Seria o último lance de Messi no jogo. Depois de marcar um gol e perder três, o argentino saiu ovacionado aos 16 minutos. Nesse tempo, fez apenas uma boa troca de passes com Neymar, que aplaudiu o companheiro quando ficou sozinho como protagonista da equipe.
Por conta da saída de Messi o relógio atrasou um pouco. Mas a sequência continuou. Aos 22, Messi recebeu pela esquerda da área parou na frente de Cicinho e tocou na hora certa para Fábregas, que chegou dando um tapa na bola e pegou Vladimir no contrapé. Era o sexto.
O sétimo poderia ter vindo novamente com Fábregas. Mas como o relógio marcava 24 minutos, a cobrança de falta explodiu na trave. O árbitro também não quis tirar as coisas de ritmo. Aos 25, não deu pênalti claro de Cicinho sobre Neymar.
Adriano agradeceu. Afinal, o sétimo gol tinha que sair aos 29. Primeiro Neymar pedalou na área, deixou Edu Dracena na saudade, mas teve o passe interceptado. Na cobrança de escanteio, rolou para o lateral-esquerdo, que carregou a bola para o meio e bateu de direito, na caixa, sem chances para o estático Vladimir.
Como o Barcelona estava já com um time inteiro reserva, o oitavo gol atrasou um minuto. Aos 37, Fábregas rolou para Dongou só escorar embaixo da trave. Neymar tentou recolocar as coisas no lugar aos 43. Recebeu na área, bateu forte, mas mandou no travessão.
O Santos, que jogou pouco melhor no segundo tempo, ameaçou três vezes. Na melhor, Cícero cabeceou meio sem jeito e Pinto se esticou para trabalhar na única vez na partida.
Barcelona 8 x 0 Santos
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