Com andar vagaroso, um pouco de dificuldade para subir degraus, mas um sorriso no rosto, Pelé deu ontem a primeira entrevista ao receber alta hospitalar após 18 dias internado no Hospital Albert Einstein, na zona sul de São Paulo, com quadro de infecção urinária.
Pelé disse que em momento algum temeu a morte, agradeceu o apoio que recebeu dos familiares e dos fãs, e disse que tem poucas lembranças do que ocorreu durante esse período.
"Quando iniciou tudo eu estava em Santos, achei que isso iria passar, mas não foi como eu esperava. Fiquei preocupado, é claro. Foi uma surpresa. Não fiquei com medo de morrer. Sou um homem de Três Corações e isso não vai acontecer", brincou.
"Tive 25 anos de carreira [no Santos], mais cinco anos no Cosmos, com 50 anos fiz uma partida na Itália. Mas agora foi um período complicado para mim. Tive operação na cabeça do fêmur [em 2012]. Estava melhorando, aí tive problema de pedras no rim e infecção. Acabei aqui. Pensei, será que Deus está esquecendo de mim", completou.
Sobre o problema que o levou ao hospital, Pelé revelou que sentiu calafrios e pensou ser um problema estomacal. Na verdade, eram pedras nos rins. Ele passou por uma cirurgia e, ao retornar para exames de rotina, foi a diagnostica a infecção urinária. O Rei do Futebol, no entanto, disse que quase não se recorda do que se passou no hospital.
"A única coisa da qual me lembro é que sentia calor e depois frio. Fiquei pensando o que está acontecendo comigo?. Depois, quando me dei conta, já estava em São Paulo. Não tive noção nenhuma [do que ocorreu]", disse Pelé, que explicou ainda o motivo que o levou a retirar o rim direito há mais de 30 anos.
Segundo o ex-jogador, ele levou uma joelhada na 12.ª vértebra quando ainda defendia o Santos. Mais tarde, já no Cosmos, com febre intensa, descobriu que a vértebra havia perfurado um dos rins, que não estava funcionando.
Na parte final da coletiva, Pelé ainda brincou e disse que gostaria de ir para os Jogos Olímpicos do Rio-2016.
"Quero lembrar para vocês que para a Olimpíada podem ser três profissionais [lembrando que três jogadores com mais de 23 anos poderem ser chamados o torneio de futebol]. Eu sou um desses três", avisou, rindo.
Por fim, o Rei do Futebol demonstrou bom humor e fez questão de se mostrar inteirado sobre o que aconteceu durante o tempo em que ele esteve no hospital.
O ex-jogador revelou, por exemplo, que ficou preocupado com o sofrimento do Palmeiras, que lutava contra o rebaixamento no Brasileiro, e com as eleições do Santos, que foram adiadas no último sábado por suspeita de fraude."Eu me emocionei muito nesses últimos dias. Comecei até escrever umas letras de música. Fiz até uma, que é segredo, para a Olimpíada. O violão foi meu passatempo", finalizou.
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