Muricy Ramalho resolveu atender os pedidos da torcida e colocar André no banco de reservas para a entrada de Miralles entre os titulares. A recompensa veio com dois gols do argentino, decisivo na vitória por 3 a 1 sobre o São Paulo, neste domingo, pela quinta rodada do Paulistão. Neymar fez de pênalti, enquanto Jadson, de falta, descontou. No primeiro tempo, quando o Santos vencia por 1 a 0, o São Paulo teve um gol mal anulado de Luis Fabiano.
No reencontro de Ganso com a Vila Belmiro, protestos da torcida, que vaiou o meia a cada toque na bola e jogou moedas nele na saída do primeiro tempo. O jogador, que reclamou que o Santos seja punido, saiu no meio do segundo tempo sem justificar a sua escalação. Na única jogada digna de nota, tabelou de calcanhar com Luis Fabiano e tentou encobrir Rafael, que estava apenas um passo à frente da linha do gol. Neymar, com quem trocou de camisa no intervalo, foi bem melhor. Deu as assistências para os gols de Miralles e sofreu o pênalti que ele mesmo converteu.
Com a vitória, o Santos foi a 13 pontos e assumiu a liderança do Paulistão, passando a Ponte Preta no saldo de gols. O São Paulo tem seis pontos, mas faz apenas três partidas, porque teve duas adiadas para jogar a Libertadores. Neymar, com cinco gols, é o artilheiro da competição.
O JOGO - Antes mesmo do apito inicial o São Paulo tinha uma má notícia: Rogério Ceni, com dores no ombro esquerdo, não foi para o jogo. Vale destacar que o ombro que o goleiro operou no começo do ano passado e o fez perder o primeiro semestre foi o direito. Sem ele, Lúcio ficou com a braçadeira de capitão.
A partida na Vila começou movimentada, com bom toque de bola. Mas os dois times falhavam demais no último passe. Pelo lado do São Paulo, Jadson, quando centralizado, era o melhor do time. Mas, depois de ser deslocado para a lateral, o rendimento da equipe caiu. Aos 20, um chute do meia desviou na zaga e sobrou para Luis Fabiano. O centroavante driblou Rafael, mas adiantou demais a bola, chutou desequilibrado, e mandou para fora.
A resposta veio em dois lances com Miralles. Aos 33, o argentino recebeu do compatriota Montillo, tentou dominar driblando Denis, mas o goleiro foi mais rápido. Depois, aos 38, o gol. Guilherme cruzou e Neymar, mal marcado por Rhodolfo conseguiu dominar. O craque pensou rápido e deu um tapa para Miralles, que ficou livre para abrir o placar.
Pouco depois, o primeiro lance polêmico. Jadson bateu falta na área, Luis Fabiano subiu mais alto que todo mundo e desviou para o gol. A auxiliar Tatiane Sacilotti apontou um impedimento inexistente do atacante são-paulino.
Logo na volta do intervalo, mais uma polêmica. Neymar avançou em velocidade pela esquerda, adiantou a bola, e Paulo Miranda deu um carrinho desnecessário, escorregando até chegar perto do atacante, que valorizou o lance. O árbitro Flávio Rodrigues Guerra marcou pênalti, que Neymar bateu com classe, depois que Denis caiu, para fazer 2 a 0.
Buscando a vitória, Ney Franco sacou Paulo Miranda e Wellington e colocou o São Paulo no ataque, com Douglas e Cañete. Com a mudança, o jogo mudou de figura. Se antes o time tricolor era inerte pela direita, com o argentino as jogadas passaram a ser por lá.
Logo no primeiro toque na bola, Cañete deu de calcanhar para Luis Fabiano que, livre, chutou em cima de Rafael. O bandeirinha deu mais um impedimento inexistente. Depois, foram outras três boas jogadas do argentino, que exigiram duas defesas difíceis de Rafael, uma num chute do próprio Cañete e outra em batida de Jadson.
O gol parecia questão de tempo e veio aos 19 minutos, numa batida perfeita de falta de Jadson, no ângulo. Na resposta, Neymar primeiro tentou numa falta direta, mas mandou por cima do travessão. O gol saiu numa jogada ensaiada. Cobrança de escanteio de Montillo para Neymar, que cruzou, encontrando Miralles, absolutamente sozinho, para fazer 3 a 1.
Só aí Ganso saiu, para entrar Aloísio. Com a mudança, o São Paulo voltou a mandar no jogo, enquanto o Santos confiava na velocidade de Neymar. Bem na marcação e ouvindo a torcida gritar olé a cada toque na bola, o time santista controlou o placar. Nos acréscimos, Montillo ainda acertou uma bola na trave.
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