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Durante a solenidade, a presidente afirmou, também, que o Brasil passa por dificuldades conjunturais, mas tem “base sólida” | Roberto Stuckert Filho/PR
Durante a solenidade, a presidente afirmou, também, que o Brasil passa por dificuldades conjunturais, mas tem “base sólida”| Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A três dias das manifestações contra o governo programadas para todo o país, a presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a afirmar que os atos são um elemento da democracia, mas que não tolerará protestos violentos. Dilma chegou ao Rio na manhã desta quinta-feira para participar da solenidade de inauguração da primeira etapa das obras de expansão do Porto do Rio de Janeiro.

“Eu sou de uma época que a gente não podia manifestar, e quando manifestava ia preso. Então o Brasil se fechou, era um Brasil ditatorial. O povo brasileiro foi para as ruas e conseguiu transformar esse grande país numa das maiores democracias do mundo. Manifestação no Brasil a gente tem de olhar com absoluta tranqulidade, todas as pessoas têm direito de criticar, mas nenhum de nós pode aceitar que isso se transforme em violência. Pode manifestar, deve manifestar, faz parte do crescimento do país e do aprimoramento da nossa cidadania, mas sem violência”, afirmou a presidente, em coletiva de imprensa depois do evento.

Perguntada sobre a possível participação de partidos de oposição no ato contra o PT, Dilma disse, em tom de brincadeira, que essa apuração “cabe à imprensa investigativa”.

Ato falho

Durante a coletiva, a presidente cometeu um ato falho. Ao falar sobre as obras de revitalização da zona portuária, ela chamou o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), de Sérgio, em referência a seu antecessor Sérgio Cabral, ex-governador fluminense. Ela pediu desculpas a Pezão e disse que lembra de Cabral quando fala nessas obras.

Já o ministro Relações Institucionais, Pepe Vargas, disse, também nesta quinta-feira, que a defesa do impeachment “cheira a golpe”, mas afirmou que o governo respeita as manifestações “pacíficas e ordeiras”.

“Há uma presidente no exercício do seu cargo ungida pelas urnas, e falar em impeachment é desrespeitar a vontade majoritária da população brasileira que foi às urnas, é algo que cheira a golpe. Isso é inadmissível”, disse Pepe, após uma reunião de líderes da base aliada na Câmara.

Na quarta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu que a realização de protestos pelo país seja feita sem “ódio” ou “posturas golpistas”. Cardozo afirmou que o governo tem tolerância com as críticas e ressaltou não ver razões jurídicas para o impeachment de Dilma Rousseff. Questionado se considerava golpismo pedir o impeachment de Dilma, Cardozo destacou a legitimidade da reeleição da presidente “Nós tivemos uma eleição legitimamente feita. A democracia existe no país e não existem quaisquer razões jurídicas para que se mude esse quadro que está posto”, afirmou.

Durante a solenidade, a presidente afirmou, também, que o Brasil passa por dificuldades conjunturais, mas tem “base sólida”. Ela admitiu que as políticas de estímulo à economia para enfrentar a crise internacional sacrificaram as contas públicas e que o país não tem mais recursos para combater a desaceleração. Por isso, afirmou, o ajuste fiscal é importante. Além disso, Dilma afirmou que é uma “obsessão” pessoal manter o crescimento do país.

Estiveram presentes no evento no Porto Joaquim Levy, ministro da Fazenda, Edinho Araújo, ministro dos Portos, e do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), além do prefeito do Rio, Eduardo Paes. A presidente desembarcou no Rio no III Comar, no A eroporto Santos Dumont, e se deslocou até o Porto do Rio de helicóptero.

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