A vexatória eliminação do Paraná diante do Jacuipense-BA, na quinta-feira (23), na primeira fase da Copa do Brasil, deixou o clima de terra arrasada na Vila Capanema.
O técnico Luciano Gusso foi demitido, assim como todo o restante da comissão. A menos de duas semanas do início da Série B, o Tricolor terá de recomeçar o trabalho de 2015 da estaca zero.
Em meio aos escombros da queda, o clima no clube é de feroz reconstrução. A esperança é de apresentar ao torcedor um time minimamente competitivo para a estreia na Segundona. O Paraná abre a disputa contra o embalado Ceará, em 8 de maio, às 21 horas, em casa.
Após o revés na Copa do Brasil, os primeiros a caírem foram Gusso e a comissão técnica. Logo na manhã de sexta-feira (24), a notícia da demissão do treinador vazou do departamento de futebol paranista para a imprensa. Mesmo com a circulação pública da informação, nem Gusso, tampouco o presidente do clube, Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, estavam cientes da mudança.
Apenas no final da tarde uma reunião na sede da Kennedy selou de forma oficial a degola do técnico, que havia assumido o time no início do ano, após um ano e meio como treinador das categorias de base. “Algumas coisas parecem acontecer só no Paraná, é inacreditável”, criticou Gusso, instantes antes do encontro. “Se alguém realmente vazou essa informação, é falta de ética. O próprio Casinha me disse isso”, reforçou, após a reunião.
Responsável pelo futebol tricolor, Durval Lara Ribeiro, o Vavá, não atendeu a reportagem. Da mesma maneira, o gerente de futebol, Edson Neguinho e o supervisor, Fernando Miguel, evitaram entrevistas.
Gusso foi atingido na linha de frente, mas os estilhaços ricochetearam no elenco. Entre dispensas e negociações, os zagueiros Cleiton, Luiz Felipe e Bianor, os laterais Bruninho, Arilton e Adriano, os volantes Ricardinho e Ricardo Conceição, os meias Rubinho, Lucas Sotero e Marcos Serrato e os atacantes Paulo Henrique e Maiquinho devem deixar o clube nos próximos dias.
No contrafluxo da reformulação, pelo menos dez reforços chegarão. Um time inteiro. Assim como o zagueiro Rodrigo, ex-XV de Piracicaba, e o volante Éder, ex-São Bento, já apresentados, os novos atletas virão majoritariamente do interior paulista. Cinco destes inclusive já estariam em Curitiba.
O nome do novo técnico segue em sigilo. Nedo Xavier, do CSA-AL, e Ary Marques, do J. Malucelli, estão cotados. Xavier negou qualquer contato do Paraná. Já Marques revelou ter tido reuniões com a diretoria tricolor ainda durante o Estadual, logo após a ascensão do grupo Paranistas do Bem ao poder, na esteira da renúncia de Rubens Bohlen, no último mês de março.
Correm por fora Fernando Diniz, ex-Audax, e Claudinho Batista, ex-Mogi Mirim. Ambos jogaram no Paraná na década de 90.