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Ninho da Gralha poderá ser solução drástica para Paraná tentar liquidar dívidas | Brunno Covello / Gazeta do Povo
Ninho da Gralha poderá ser solução drástica para Paraná tentar liquidar dívidas| Foto: Brunno Covello / Gazeta do Povo

O presidente do Paraná, Rubens Bohlen, admitiu nesta sexta-feira, em entrevista à rádio Banda B, que não descarta que o Paraná tenha de vender o centro de treinamentos Ninho da Gralha para saldar as dívidas do clube, especialmente as contraídas com o empresário Léo Rabello.

"É uma possibilidade, estamos lutando ferrenhamente para que não aconteça. Mas, é uma situação que foi criada no passado, e hoje em dia pode sim acontecer, apesar de estarmos nos esforçando pelo contrário", afirmou Bohlen à rádio.

O Ninho da Gralha é centro de treinamento em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba, construído na antiga sede campestre do clube para servir de local de treinamento para as categorias de base paranistas. Em sua construção, em 2008, havia uma parceria com a empresa Base, que bancaria a estrutura e dividiria os ganhos com as negociações de atletas surgidos no local.

Em 2012, com problemas financeiros, a Base encerrou as atividades, passando o Paraná a assumir a operação do local, comprometendo a restituir com parcelas de vendas de jogadores formados o investimento feito pelos antigos proprietários da empresa.

A dívida com Léo Rabello é a que mais pressiona o caixa paranista. Surgiu com a venda de Thiago Neves em 2007, ainda sob a administração tricolor de José Carlos de Miranda. O jogador estava com direitos econômicos divididos e a venda ficou sob júdice com a polêmica entre Palmeiras e Fluminense, com todo o dinheiro sendo depositado em juízo até a situação se resolver.

Porém, a diretoria paranista, já sob o comando de Aurival Corrêa, acabou sacando o dinheiro, sendo que 68% pertenceria à empresa Systema de Léo Rabello, que cobrou na Justiça o recebimento, gerando uma dívida de R$ 19 milhões, reduzida para cerca de R$ 9 milhões após acordo, que previa parcelamento.

Tal assunto foi um dos abordados pelo presidente em uma reunião no Restaurante Madalosso, na última segunda-feira (18), com personalidades recentes da história do clube como os ex-dirigentes Aramis Tissot, Aquilino Romani, Durval Lara Ribeiro e até o ex-jogador e treinador Ricardinho.

"Falamos da real situação do clube no momento atual, que não é de hoje mas todos sabem como está difícil. O clube precisa de algo prático. Uma resolução na parte financeira, algo que realmente ajude", explicou Bohlen.

O episódio mais recente das dívidas paranistas foi a ameaça de greve dos jogadores caso a situação de salários atrasados não se encaminhasse para uma solução. Com um acordo, que prometeu quitar parte dos valores devidos, a paralisação foi afastada.

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