Ligado ao Paraná como jogador e treinador, Caio Júnior foi uma das 71 vítimas do acidente aéreo que envolveu a delegação da Chapecoense, no dia 29 de novembro, em Medellín, na Colômbia. O seu envolvimento era tão forte que, mesmo durante a fase final da Sul-Americana, o técnico confessava às pessoas próximas que tinha o pensamento de voltar ao time paranaense em um futuro próximo.
Tabela Copa do Brasil 2017: resultados e confrontos atualizados
Saiba por que Ronaldinho Gaúcho não quis jogar no Coritiba
“Existiam sim [as conversas]. O Caio tinha essa ideia, esse planejamento, esse sonho de poder voltar ao Paraná e trabalhar sem custo algum. Usar toda a experiência dele para trazer o clube à Série A. Era um desejo e vontade dele”, diz o empresário Marcelo Lipatin, que cuidava da carreira dele.
A vontade do comandante, que estava longe de Curitiba há dez anos, era de retornar para a capital – Atlético e Coritiba, inclusive, chegaram a negociar com ele nos últimos anos, mas não acertaram. Um caminho aberto para o Paraná, que sofre na Série B desde 2008, e via o desejo do ídolo com bons olhos. E tudo isso de graça, já que a dificuldade financeira impediria um acerto no nível que de Caio Jr. se encontrava.
Uma data ainda não tinha sido estipulada, mas a certeza era de que, num futuro próximo, Caio Jr. assumiria a missão de realizar outro sonho de todo torcedor paranista: a volta à elite do futebol nacional.
Lipatin, que agencia uma empresa de jogadores, estaria envolvido e também ajudaria, junto com a comissão técnica e direção do Paraná, na montagem do elenco. A tragédia, entretanto, brecou algo que ficará apenas na imaginação.
“Nós, obviamente, estaríamos envolvidos. Ele iria focar no campo, mas todo esse processo seria nós que faríamos. Difícil falar com mais detalhes de algo que não vai mais acontecer, mas existia esse projeto sim em mente e iríamos fazer acontecer juntos. Mas não era algo imediato e sim para um futuro. Ele queria devolver o que o Paraná fez por ele”, completou.
Pelo Paraná, o ex-atacante fez história. Em 1997, como jogador, foi destaque na conquista do pentacampeonato paranaense, marcando dois gols no jogo do título contra o União Bandeirantes, na Vila Olímpica, vencido por 3 a 0. Cinco anos depois, na primeira experiência como treinador, livrou o time do rebaixamento com uma recuperação incrível. Já em 2006, ele comandou o Tricolor para a inédita disputa da Copa Libertadores ao terminar o Campeonato Brasileiro na quinta colocação.
Ídolo da torcida, o ex-técnico recebeu diversas homenagens após seu falecimento: um velório cheio de paranistas, uma placa entregue no mesmo dia, além de uma faixa e uma bandeira que estrearam no primeiro jogo do clube nesta temporada.
Dinheiro não era prioridade
No melhor momento da carreira, Caio Júnior tinha sondagens de clubes brasileiros e do futebol árabe, mas sem nenhuma proposta oficial até a queda do avião. O contrato com a Chape era até o final de 2016 e somente depois das competições que as partes iriam conversar sobre o futuro.
No próprio time catarinense, considerado médio no cenário brasileiro, com ascensão nos últimos anos, o técnico aceitou o teto salarial sem loucura da direção - no contrato não existia multa em caso de demissão, por exemplo. Por ter trabalhado cinco anos no exterior, a condição financeira dele era bem favorável e o dinheiro já não era mais prioridade em contratos. Mesmo assim, o projeto era comandar um grande clube brasileiro entre 2017 e 2018.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Deixe sua opinião