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Preços extremamente inflacionados aliados à tradicional prudência dos times paranaenses na hora de contratar. Essas são as explicações de alguns especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo para a lentidão que marca o mercado de contratações no estado.

O Coritiba, por exemplo, após a festa para a repatriação do ídolo Alex, ex-Fenerbahçe, ainda no ano passado, pisou no freio. Só voltou a falar de gente nova na sexta-feira, também com festejos no Alto da Glória. Os reforços – o lateral-direito Patrick, que disputou o Brasileiro pelo Náutico, e o atacante Julio Cesar, ex-Figueirense –, porém, deixaram um gosto de "quero mais" no torcedor. Ontem, o clube fechou com o atacante Arthur, ex-Paraná (leia mais abaixo). Para efeitos de comparação, no começo de dezembro de 2011 o Alviverde tinha oito reforços.

Pasmaceira que encontra eco no CT do Caju. Se na temporada passada o Atlético teve de reconstruir o time que havia sido rebaixado no Brasileiro de 2011, desta vez convive com a falta de reforços. Literalmente. Ninguém foi apresentado pelo clube até o momento.

Assim, entre os integran­tes do trio de ferro foi o Paraná quem mais se aventurou no mercado. Nada comparado com anos anteriores, quando reforços chegavam em levas à Vila Capanema. Apostando na base do ano passado, o Tricolor tem apenas quatro caras novas confirmadas, com destaque para os experientes Marcos, goleiro que volta ao clube após 10 anos, e Reinaldo, atacante veterano com passagens por Flamengo e São Paulo.

Retração sensata segundo Paulo Ferreira, economista e diretor das Pluri Consultoria. "O futebol está sendo gerido de forma mais eficiente, com prudência. Desmontar os elencos já está claro que não funciona", argumenta. "A continuidade tem sido um fator mais importante do que a contratação de um grande craque", completa.

Já o consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi faz um paralelo com o mercado nacional. Para ele, os valores investidos por Corinthians na contratação de Alexandre Pato (R$ 40 milhões) e por Santos na aquisição de Montillo (R$ 16 milhões) ainda não faz parte do universo paranaense. "O faturamento do Corinthians com televisão é muito grande, o Inter e o São Paulo fazem muito dinheiro com a venda de jogadores. Já o Atlético tem o 12.º faturamento do país e o Coritiba o 13.º", ressalta.

"Coritiba e Atlético estão construindo o alicerce. O processo é lento, mas isso vai dar fruto. O Paraná tem de abrir mão de uma parte do patrimônio físico e ter mais inteligência que os outros dois na contratação. Nós mapeamos 45 mil jogadores no mundo. Tem atleta bom e barato", avisa Ferreira, dando o caminho para que o mercado local engate ao menos a segunda marcha.

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